Sonoridades

Seu Jorge and Almaz

Nem sei bem como encontrei este projecto paralelo (mais um) do Seu Jorge com Nação Zumbi; não me parece que venha sendo muito divulgado (por enquanto parece que é só pelos States), mas é valioso.

Não conheço bem o trabalho dos Nação Zumbi, e aquilo que eu conheço já é anterior à morte do antigo vocalista Chico Science, portanto é uma situação a corrigir.

Todas as músicas do álbum são versões de outros autores, com arranjos completamente diferentes. A escolha das canções não segue nenhum critério aparente, incluindo músicos como Jorge Ben, Martinho da Vila, Altemar Dutra Michael Jackson e até Kraftwerk!

Tudo numa onda instrumental muito soft, o pessoal da Nação Zumbi criando um ambiente zen na guitarra, bateria e baixo (e uns pozinhos de berimbaus e afins pelo meio) e o Seu Jorge com aquele vozeirão soul dando nova alma às canções.

A menos conseguida talvez seja “Cristina”, do eterno e (literalmente) grande Tim Maia, mas isso é só a minha opinião. Já a escolha da última música é um tiro certeiro, rematando o álbum com “Juízo Final”, de Nelson Cavaquinho, uma daquela músicas que arrebata pela simplicidade, como eu gosto.

Isto ainda não tá suficientemente youtubado para eu poder demonstrar convenientemente, portanto aconselho que adquiram nos sítios do costume; de qualquer forma, vai aí um cheirinho em vídeo e em mp3, Everybody Loves the Sunshine e Cirandar, duas faixas cedidas gratuitamente pelos homens no site (a primeira até nem é das minhas preferidas, mas dá para sentir a onda).

E isso tudo me deixou vontade de um dia destes escrever mais sobre o líder do Quilombo dos Palmares, Zumbi, temática recorrente na música e na cultura brasileira, e sobre Nelson Cavaquinho, grande e talvez esquecido compositor carioca. Fica pra pensar.

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Pátria que me pariu, Sonoridades

Seu Jorge

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Grande noite de sexta. É a primeira vez que vejo o homem ao vivo, e só posso recomendar a quem tiver a oportunidade de fazê-lo, que não a perca.

O Jorge Mário é neste momento um dos artistas brasileiro em melhor forma. Ele agora viaja com uma banda de 14/15 elementos, o que o deixa ainda mais solto em palco. Soltíssimo, sempre.

Começou muito calminho, os hits mais recentes América do Norte, Trabalhador Brasileiro, a banda e o público meio que estranhando, mas aos poucos foi aquecendo para duas horas e meia electrizantes.

A determinado momento, Seu Jorge pergunta por um fã que tinha lhe “passado um e-mail pedindo um favor”, e pede-lhe que sobe ao palco. O objectivo do homem era pedir a amada em casamento, e foi cumprido, com direito a champanhe e tudo. Moral.

A partir daí foi sempre em crescendo, começando com Seu Jorge sozinho na guitarra esgalhando aquelas belas versões do David Bowie (acho que desta vez foi Live on Mars e Rebel, não houve a minha preferida sufragette city), e passando pelos momentos que mais gostei: o clássico de Leci Brandão, Zé do Caroço, e a libertadora adaptação do Chatterton do Gainsbourg (PUTA QUE PAAAARIUUUUUUU!). Relembrar Carlinhos Brown com “a namorada” também foi bonito.

Ficou provado que os melhores momentos são sempre os mais simples. No caso de Seu Jorge, o simples já é de si complexo, com aquela música retalhada de samba, bossa nova e soul.

Houve direito a um momento especial de três elementos da banda, o “trio preto”, brincando com três pandeiros. Muito banal, mas o suficiente para deixar os tugas malucos.

Aos apelos para que não abandonasse o palco, Seu Jorge respondeu com um inusitado carnaval de outono: um mix de todas as músicas bregas de carnaval: mamãe eu quero, maria sapatão, etc. Os tugas enlouqueceram, uma vez mais. Venham outras.

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Desportadas, Sem categoria

Dilemas

Em Outubro, o Sporting joga com o Hertha em Alvalade, no dia primeiro.

A mais que mais que tudo faz anos a 5; calha num fim de semana prolongado, exige a bela da escapadela.

A 9, o Seu Jorge canta no Campo Pequeno. A 10, tenho que pagar a propina da faculdade.

No mesmo Campo Pequeno, cantam o Sérgio Godinho, o Fausto e o Zé Mário Branco, a 22.

Porque é que o dinheiro não estica?

Again:

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