Andanças, Desportadas

A verdade sobre o Gaelic Football

Há uns meses atrás escrevi sobre um jogo de Gaelic Football que vimos quando cá chegamos, e que me levou a tirar algumas conclusões precipitadas sobre o desporto. Como não gosto de injustiças, vou rectificar!

O jogo que vimos foi da League, que afinal não lhes interessa para nada. O que realmente os move é o All-Ireland Championship, que decorre durante o “verão”. Hoje foi o segundo jogo da final, depois do primeiro ter sido dramaticamente empatado a segundos do final. E a esta final eles dão muita importância.

Dublin foi à final contra Mayo e, ao contrário de quando lá estivemos, o Croke Park tinha todos os seus 82000 lugares ocupados. A procura é brutal; qualquer uma das cidades poderia encher o estádio por si própria, e havia bilhetes no mercado negro sendo despachados por milhares de euros.

Na semana que antecede o jogo vemos bandeiras a esvoaçar nos carros e nas janelas a todo o momento, e a final é tópico quente de conversa entre todos os irlandeses.

Assim vale a pena e, pela segunda vez em três anos, Dublin é (somos!) campeões! Common you boys in blue!

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Andanças, Desportadas

Common you boys in blue!

Dublin x Tyrone

Ontem estivemos no mítico Croke Park, assistindo a uma final não tão mítica de Gaelic Football.

O estádio, mesmo não estando cheio, é imponente. Foi lá que se deu um dos Sunday Bloody Sunday‘s que houveram ao longo da história (não é deste que a música dos U2 fala). Muito resumidamente, durante a Guerra da Independência, em 1920, o Reino Unido enviou um grupo de agentes secretos para combater o IRA em Dublin. O Michael Collins conseguiu descobrir a identidade deles e mandou limpar-lhes o sebo. Em retaliação, entre outras selvajarias, o pessoal britânico abriu fogo sobre a multidão num jogo de Gaelic Football no Croke Park.

Em relação a esta partida em si, porquê o desencanto? Ora, o jogo em si até é bastante interessante, apesar do ritmo meio parado, mas a vibração nas bancadas… muito a desejar. Dublin jogava em casa contra Tyrone, não ganhava esta liga há 20 (!) anos e, ainda assim, termina o jogo e o povo todo fica mais ou menos na mesma. Uns lampejos de alegria aqui e ali, mas nada de lágrimas, gritos até doer a voz, achincalhamentos ao adversário… aliás, nem os próprios jogadores dentro de campo festejaram desalmadamente. Também não ajudou à nossa festa não ter havido um golozinho sequer na baliza “normal”, de rede! E só haver um cântico para o jogo inteiro, aquele que dá o título a este post.

Quem quiser saber melhor as regras, que vá assistir um, que não é caro e são quase duas horas bem passadas, ou assista ao vídeo acima, que resume muito bem a coisa.

Strange game!

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