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Bohemians FC vs Drogheda United

Dalymount Park

Ontem à noite vi pela primeira vez um jogo de futebol (normal) do campeonato Irlandês, a Airtricity League.

Apesar de a maior parte dos campeonatos europeus estarem a aproximar-se do final, aqui a procissão ainda vai no adro: esta foi a segunda jornada da edição 2014 do campeonato (uma liga de “verão”, portanto). Oficialmente a liga é profissional, mas os clubes já não tem dinheiro para mandar cantar um cego, portanto é um amadorismo disfarçado.

Todos os jogos são à sexta-feira às 19h45, o que deixa os jogadores livres para irem curtir o fim de semana, e os adeptos para apoiarem os outros clubes por quem sofrem, os ingleses (maioritariamente os nortenhos Liverpool, United, City, Newcastle, etc) e o Celtic.

O Bohemians existe desde 1890, o que faz dele o clube mais antigo da Irlanda. A sua casa é o Dalymount Park, um castiço e centenário estádio que tem capacidade para 4300 pessoas e, a jeito para o fim do jogo, dois pubs por baixo da bancada central.

Relativamente ao jogo em si, como não podia deixar de ser, foi um hino ao mau futebol e ao chutão para o mato, mas apesar de tudo… emotivo. Os da casa exerceram um domínio avassalador na primeira parte, que se traduziu numa vantagem de dois golos do striker Dinny Corcoran (o segundo numa justa grande penalidade), mas num misto de excesso de confiança e de falta de pilhas para mais, sofreram um golo ainda antes do intervalo e deixaram-se empatar mesmo ao cair do pano, aos 89 minutos.

Um ambiente morno e familiar nas bancadas, com nota elevada para a claque dos “Drogs”, que fizeram bastante mais barulho do que os da casa e que mereceram não voltar para Drogheda com uma derrota no lombo.

Intrigante ainda a presença da bandeira de Angola numa das bancadas; será apenas a semelhança com as cores do clube ou existirá algo mais por trás? Fica p’ra pensar.

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West Ham x Manchester City

West Ham Ygor

Este sábado realizei mais um sonho: ver um jogo da Premier League ao vivo. No caso, West Ham x Manchester City.

O Upton Park é um estádio histórico, como outros tantos pelo Reino Unido afora. Na verdade o seu nome oficial é Boleyn Ground, dado ter sido erguido nos terrenos do Boleyn Castle, que se julga que tenha pertencido à Ana Bolena, a mais controversa rainha de Inglaterra. Diz-se também que o terreno é amaldiçoado por uma das suas criadas, que por lá morreu durante trabalho de parto. Talvez seja por isso que, apesar de ser um dos poucos clubes que nunca esteve abaixo da segunda liga, o West Ham também nunca foi campeão da primeira…

Quem quiser visitá-lo talvez não tenha muitas mais oportunidades para fazê-lo, porque a equipa vai se mudar para o Estádio Olímpico, e é provável que o atual venha a ser demolido.

Foi um dia sem nenhum pingo de chuva, temperatura a beirar os 20 graus e até o sol a querer espreitar, o que para Londres é espetacular. Equipa embalada por uma vitória por 0-3 na casa do Tottenham, recepção a um dos candidatos, e estádio repleto. Melhor não podia ser, certo? Ora… não é bem assim.

Contrariamente às minhas expetativas, que eram enormes, o ambiente no estádio não era nada daquilo que esperava para a fama da Premier League. Os adeptos da casa não eram daqueles que puxavam o jogo, mas sim dos que deixavam o jogo puxar por eles. Inicialmente a coisa prometeu muito, com a impressionante entrada da equipa em campo ao som da tradicional música “Forever Blowing Bubbles in the Sky“, mas fora isso só cantavam muito esporádica e brevemente “Common United“.

Só houveram 15 minutos bons nas bancadas, aqueles que culminaram com um esboço de reacção dos Hammers e um belo golo do “nosso” Ricardo Vaz Tê. Mesmo nesses, os Citizens tiveram o jogo sempre controlado, sendo notório o abismo de qualidade entre as duas equipas, o que nunca poderia justificar a falta de entusiasmo e de apoio da torcida. Pior ainda, houve uma debandada geral quando o David Silva marcou, a 10 minutos do fim… um abandono como nunca antes tinha visto, mesmo nos momentos mais negros da história de Alvalade.

A verdade é que as bancadas ilustravam bem a população Londrina, desenraizada e descaracterizada: do nosso lado esquerdo tínhamos alemães, à frente italianos, do lado direito pessoal de Leste, e por aí vai… britânicos contavam-se pelos dedos das mãos, e assim sendo é complicado sentir no meio dessa amálgama a identidade do típico adepto bretão, que nunca esmorece nem abandona a equipa.

Fica para ver um jogo de outras localidades ou de equipas menores.

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The Damned United

Brian Clough foi um dos mais bem sucedidos treinadores ingleses de sempre, e também um dos mais controversos, pelo seu estilo directo e irreverente. Conseguiu tirar o Derby County da cauda da segunda liga inglesa elevando-os a campeões da primeira no ano seguinte e, anos mais tarde, tornar o modesto Nottingham Forest campeão inglês e da liga dos campeões, por duas vezes. No entanto, este filme centra-se no seu maior fracasso, os seus míseros 44 dias como treinador do gigante Leeds (onde era odiado pelas suas inúmeras bocas ao longo dos anos), alternando esse período com flashbacks dos momentos de glória anteriores e posteriores.

Sendo talvez o melhor filme sobre futebol alguma vez feito, é essencialmente um “filme de actores”; Michael Sheen, que tem uma queda imensa para biopics, incorpora o estilo e os maneirismos de Clough de forma extremamente convincente e hilariante, no qual é devidamente acompanhado pelo seu fiel adjunto e escudeiro Pete Taylor, interpretado por Timothy Spall, que só tem “azar” por ter nascido com o aspecto que tem (calham-lhe sempre mais ou menos o mesmo tipo de papéis), pois é um actor brilhante. A relação amor-ódio entre os dois é um dos pontos altos do filme, sendo o outro o ódio de morte que Clough destina a Don Reavie, anterior treinador do Leed.

Uma hora de meia de belo entretenimento, sotaque do norte de Inglaterra e bloodys, bollocks e twats com fartura.

 

 

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Atlético x União

Hoje fiz uma coisa que adoro e que este ano ainda não tinha tido oportunidade (ou vontade) de fazer: ver a bola com o meu pai.

E lá fomos nós para o Estádio da Tapadinha, nesta tarde de condições perfeitas para a prática do desporto rei, assistir ao jogo que opôs o Atlético Clube de Portugal e o União da Madeira, em jogo a contar para o playoff de acesso à Liga de Honra.

Alcântara estava ao rubro, em grande parte devido ao facto da entrada ser livre, como forma de incentivo à possível subida de um clube que, à imagem do União, já viveu melhores dias mas mantém uma massa adepta fiel. Infelizmente, a vitória acabou mesmo por sorrir aos da casa, fruto de um belo pontapé de bicicleta (!) de Rudi.

Tão estranhando? Eu sou do União desde pequenino! Mais do que um clube da terra do Cardoso mais velho, era o clube do coração do Cardoso mais velho ainda. Ficou para lembrar.

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Quem Quer Ser Fábio Paim

“Quem Quer Ser Fábio Paim” é o título de uma reportagem transmitida ontem pela Sporttv.

Quem não se lembra de jogar o antigo Championship Manager e ter lá o Fábio Paim com estatísticas mirabolantes aos 14 anos de idade? Desde cedo aliciado pelos maiores clubes do mundo, e com um contrato de fazer inveja a muitos jogadores da primeira liga, Paim deslumbrou-se e foi ficando pelo caminho.

É certo que o hype que se gerou e a actual situação em que se encontra podem dar a entender que tudo não passava de um bluff, mas quem o viu no seu “auge” (antes da febre dos vídeos do youtube poderem servir de prova), e todos os treinadores pelos quais passou são quase unânimes, nunca viram um talento assim à frente. Muitos destes treinadores tem uma vida dedicada ao futebol e não hesitam em dizer que o seu talento era bastante superior ao do Cristiano Ronaldo (tendo trabalhado com os dois, alguns deles). Chegou-se ao cúmulo de, aos quinze anos, a federação francesa querer oferecer-lhe casa, contrato e emprego para a família de modo a jogar futuramente pela selecção de França!

Eu e o meu pai vimos-lhe jogar algumas vezes, mas não muitas, mesmo na altura em que éramos mais assíduos no futebol de formação. Era muito estranho para quem via um diabo à solta no campo como aquele vê-lo tantas vezes no banco, ou mesmo fora dos convocados. Lembro-me particularmente bem de um derby contra o benfica em que, (mais uma vez) saído do banco, finta praticamente o meio-campo e a defesa adversária toda (com todo o tipo de fintas à mistura) e, à saída do guarda-redes, com um ligeiro toque faz-lhe um chapéu a bola embate na trave. Não sendo golo, conseguiu levar toda a multidão ao delírio. Conhecendo agora a história toda (que já circulava pelos corredores da academia), faz todo o sentido que estivesse frequentemente “de molho”: atrasos, faltas aos treinos, indisciplina, e posteriormente o pacote completo: carros, noitadas, mulheres…. queimou tudo e hoje em dia ganha 1000 euros no Torreense.

Com 22 anos apenas, não é impossível que venha ainda a renascer dos cinzas, mas será porventura altamente improvável. Seria o perfeito filme de Hollywood. Torço para que aconteça, e espero bem que não traia a confiança do pessoal do Torreense dado que, se não tivessem decidido apostar nele, estava neste momento no desemprego.

Fábio Paim é um exemplo de tudo aquilo que um jovem aspirante a jogador de futebol não deve fazer, e este documentário devia ser uma das lições primárias dadas aos jovens da Academia. É a prova viva que ter um talento extraordinário não é suficiente, no futebol como em tudo na vida.

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The Two Escobars

Em mais uma incursão televisiva dominical, apanhei um grande documentário na ESPN, The Two Escobars. Quem tiver esse canal fique atento, que tem sido repetido.

Como o título indica, o filme aborda a história dos dois Escobars colombianos mais famosos dos anos 90: o barão da droga Pablo Escobar, e o capitão da selecção de futebol, Andrés Escobar, assassinado após marcar um auto-golo no mundial de 94.

Eu já conhecia o trágico fim do Andrés, mas a história tem contornos muito mais complicados. O documentário é muito objectivo: mostra o trajecto de Pablo e a sua ascensão como maior traficante à escala mundial (chegou a ser o sexto homem mais rico do mundo), o trajecto brilhante de Andrés e da sua selecção até à copa, e desvenda como os dois mundos estavam relacionados: o dinheiro da droga era investido (e lavado) nos clubes e em campos de futebol, e chegou-se ao cúmulo da selecção ser obrigada a fazer um jogo contra a equipa do estabelecimento prisional onde Pablo estava “alojado”. Alojado é mesmo o termo: La Catedral era uma prisão de luxo, mandada construir segundo as indicações do próprio Escobar.

A péssima imagem internacional da Colômbia era atenuada pelos feitos da sua selecção de futebol, e o povo acorria em massa aos estádios para aclamar os seus heróis, o seu único vislumbre de alegria em meio à escalada de violência que irrompia pelas ruas. O assassinato de Pablo Escobar pela milícia Los Pepes (Perseguidos por Pablo Escobar), ao invés de atenuar essa violência, aumentou o caos nas ruas. Sem o líder da mão firme, surgiram em toda a parte pequenos cartéis e passou-se a viver um clima de verdadeira guerra civil. À altura, a taxa de assassinato suplantou a do Kosovo como a maior à escala mundial.

Um dos efeitos colaterais desse caos foi o próprio desnorte da selecção nos Estados Unidos e o assassinato de Andrés à saída de uma discoteca, perpetrado por dois traficantes pertencentes aos Pepes. Andrés tinha casamento marcado para o mês seguinte, e um contrato assinado com o AC Milan.

É estranho pensar na alegria que eu senti ao ver o Brasil campeão mundial depois de 24 anos de jejum, e da tristeza paralela que assombrou a Colômbia. Tudo podia ter sido bem diferente, pois a selecção colombiana tinha legítimas aspirações de ser campeã, tendo se apresentado com um futebol de sonho e apenas uma derrota em 28 jogos, incluindo uma vitória de 5-0 sobre a Argentina nas qualificações. Nunca mais conseguiram participar num mundial desde então.

Não conhecia os dois realizadores, Jeff e Michael Zimbalist, que ao que parece também possuem um documentário passado na minha terra natal muito aclamado, Favela Rising. A ver.

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Copa do Mundo e Professor Bronze

Não é imperdoável que eu, sendo o fanático por futebol que sou, só tenha vindo comentar a Copa do Mundo hoje, porque, sejamos honestos, até agora não se passou nada de verdadeiramente interessante.

As equipas estão todas a medo, os árbitros estão a dar cartões ao desbarato, aquela bola quando chutada parece as de plástico que compramos no Jumbo para curtir no verão e é chato que no primeiro mundial em África os dias sejam todos de São Ramalho.

Gostei do Brasil ter ganho mesmo que a passo, gostei de ver os espanhóis baixarem a garimpa, ainda que saiba que infelizmente eles vão dar a volta ao texto, gostei de ver o Tae-Se a falar português, e gostei imenso do filtro que a Meo arranjou para travar o ímpeto das vuvuzeladas: não sendo perfeito, facilita e muito a manutenção da sanidade que me resta.

Não há ainda um campeão ou campeões em perspectiva, mas palpito (e espero) que continue a tradição de nunca uma selecção europeia ter ganho um título mundial fora do velho continente.

Aos que ficaram extremamente frustrados com a prestação dos “navegadores” contra os costa-marfinenses, pergunto: estavam à espera do quê, exactamente?

Em vez de desenvolver o raciocínio acima e mergulhar na enxurrada de críticas que já foram feitas e refeitas, vou fazer uma coisa completamente diferente… vou defender aquele professor que se mantém à frente dos destinos da selecção portuguesa, sempre com um impecável bronze. Mas calma… vou defendê-lo, só que não na função que desempenha agora.

Queiroz é um gajo de mérito. Os dois únicos feitos que os comentadores gostam de lembrar, os títulos de sub-20 de futebol do início da década de 90, não foram tão pequenos quanto isso: ainda que tenham sido frutos de gerações brilhantes, outras houveram mais adiante que nem nos torneios de Toulon se safaram.

O gajo mudou a forma e os métodos de trabalhar e de encarar o futebol de formação. Do pouco que sei, creio que tenha igualmente feito parte das formações que iniciaram a emancipação dos treinadores portugueses. Foi dos primeiros a denunciar que era preciso “limpar a merda” que havia na federação. Foi o mentor de uma proposta de reestruturação de fundo do futebol dos EUA, cujo objectivo era alcançar o título mundial agora em 2010. Ainda que à partida esse objectivo máximo não vá ser alcançado, é sabido que o futebol dos yankees progrediu imenso, e parte desse sucesso consta que cabe ao homem.

Como treinador, nunca deu verdadeiramente certo. Falhou rotundamente no Sporting, bem como falhou no Real Madrid (não sendo este cemitério de treinadores grande exemplo). Obteve sucesso enquanto fiel escudeiro de sir Alex em Manchester, mas lá está, numa função que não a que considera a sua, um trabalho importante, mas de backstage. Não tem carisma, não aparenta ter pulso ou mão nos seus jogadores, e peca tanto por opções absurdas quanto por muitas vezes, simples falta de tomates.

O que eu quero dizer é que o homem é bom, eventualmente muito bom profissional, mas não enquanto treinador. Há teóricos muito bons que nunca o serão na prática, e isto é tanto verdade no mundo académico quanto no futebolístico. Faz falta como manager, director geral ou raio que o parta, a estruturar a coisa com as suas comprovadas capacidades organizacionais, a fazer valer os seus pergaminhos de professor, e nada que ele ainda possa vir a fazer neste mundial há-de me levar a ter opinião em contrário, dado tudo o que já se passou (falo de jogo, pré-jogo, convocatória, qualificação…).

Tenho dito.

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A Liga a Norte e Sul

Ora bem,

A propósito de duas coisas que me fazem confusão, vou tecer as minhas últimas considerações sobre a época desportiva que agora finda (no que ao futebol sénior português diz respeito).

Os nossos vizinhos da segunda circular fizeram aí uma brincadeira muito engraçada acerca de uma reserva no Marquês e tal, muito giro. Acontece que parece que andam mesmo com vontade de fazer a festa por lá; se às mentes iluminadas que frequentam as imediações do Centro Comercial Colombo soa a provocação aos sportinguistas, a mim soa-me a figura de palhaço, mas isto sou eu. Passando a citar:

“Inaugurada no dia 13 de Maio de 1934, a estátua lisboeta que homenageia o Marquês de Pombal parece observar a Baixa por ele reconstruída, após o terramoto de 1755. O seu autor, o escultor Francisco dos Santos, foi um dos primeiros jogadores do Sporting. Por isso, a ideia de que o leão é inspirado no emblema do clube não será fantasiosa como parece. O escultor concebeu o monumento em 1914, de parceria com o seu amigo, e igualmente ex-jogador leonino, António Couto. “

No lugar deles, eu não centrava a festa à volta de um leão, num dos maiores símbolos do sportinguismo que há na cidade de Lisboa, mas visto que considero tal como figura de palhaço, não os repudio, encorajo! Força benfiquistas! Para mim, é o mesmo que eu ir comemorar à volta da estátua daquele jogador formado no Sporting de Lourenço Marques.

Quanto aos fruteiros lá de cima, andam aí a fazer um choradinho do caraças para o jogo da final da Taça não se realizar no Jamor. Primeiro, eu só aceitaria isso se alterassem o nome da competição. A festa da Taça é no Jamor, com o garrafão de vinho e a sardinhada  e a febra desde as 9 da manhã, toda a gente sabe disso. Segundo, isso só prova que apesar de todo o sucesso desportivo das últimas décadas, o fecepê continua a ser um clube regional, um clube de bairro, duvidando inclusive da sua expressão nacional para encher um estádio da capital.

Força!

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Sporting 2 – Atlético 2

Andaram para aí uns rumores que eu não escrevi sobre este jogo por azia ou maleita parecida, mas não foi nada disso, simplesmente não houve tempo para tal: esta foi uma semana verdadeiramente infernal a nível de trabalho, e tenho testemunhas que podem confirmar que até ontem à noite as minhas órbitas estavam prestes a saltar pelos olhos afora, que a minha pele tinha assumido um tom assustadoramente pálido e que se eu soprasse no balão acusava alguns 4g de cafeína no sangue.

Aparte este choradinho, lá consegui estar em Alvalade na noite de quinta-feira. Foi um ambiente à antiga, estado de sítio em toda a zona do Campo Grande, petardos, tochas e muita, muita tensão no ar. Não me vou dar ao trabalho de pesquisar e colocar aqui todos os diversos vídeos e notícias que fizeram à volta do assunto porque isso já está mais que falado, fica este para os mais distraídos se contextualizarem.

Como muito bem disse um determinado leão, se em Madrid estávamos rodeados de cavalos, aqui tivemos rodeados de burros. É completamente inadmissível que apareçam “do nada” centenas de macacos de uma claque organizada e desatem à pedrada indiscriminadamente sobre quem passava. Cerca de 20 bravos da Juve chegaram para eles, e fica aqui o meu grande aplauso para esses senhores. Estes meninos da Frente Atletico tinham feito estragos com os super dragões, mas cá em baixo a coisa pia mais fino.

Quanto ao jogo em si, levei um dos maiores baldes de água fria da minha vida: entrei aos 5 minutos sem perceber que já perdíamos por 0-1, e festejei os nossos dois golos como se estivéssemos a ganhar! Só me abriram os olhos ao intervalo, e quase que me caíam os tomates ao chão. Penso que não tendo feito um jogo por aí além, o Sporting saiu de uma forma digna, de cabeça erguida. A grande diferença entre estas duas equipas deu pelo nome de Kun Aguero, este filho da mãe é mesmo jogador da bola. Esse factor combinado com uma dupla de centrais composta por Polga e Caneira… fica pra pensar.

Acaba assim com muita pena minha esta temporada europeia, em que acompanhei a equipa em todas as deslocações da fase final (eu sei que foram só dois jogos, mas não tou a dizer nenhuma mentira), e em que ficou a vontade de continuar esta demanda: numa das piores épocas de que tenho memória, assisti a alguns dos melhores momentos de união e de espírito sportinguista de sempre. Quando nos unimos somos inigualáveis. Fica pra pensar.

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