Andanças

Lamego e Douro

Há muito tempo que queríamos explorar mais a região Norte do país em geral e a do Douro Vinhateiro em particular, e aproveitamos uns últimos dias com sabor a Verão em Setembro para começar a fazê-lo. Foram só três, mas tiveram um gosto muito especial.

Ficamos no Hotel Lamego Hotel & Life; o nome pode não ser dos mais criativos ou bem conseguidos, mas o hotel é espectacular. Bem localizado, confortável, no meio de uma quinta com uma vista incrível, com piscina aquecida e conservando ainda uma parte antiga da quinta que lhe dá um grande charme. Não chegamos a experimentar uma refeição no restaurante Comendador porque andamos a explorar em vez de ficar só no hotel, mas a julgar pelo pequeno-almoço (que bomba!) também deve ser muito bom. Tudo um verdadeiro luxo, por um preço interessante tendo em conta os outros hotéis mais “luxuosos” da região.

A cidade é uma verdadeira perdição no que à gastronomia diz respeito; come-se e bebe-se bem em qualquer esquina, portanto acho que nem vale a pena estar aqui a destacar um restaurante ou uma tasca. Para quem gosta de enchidos é um paraíso, e felizmente ou infelizmente nós os quatro gostamos, e muito.

Além dos enchidos, o outro ex-libris da cidade é o Santuário da Nossa Senhora dos remédios, e foi já no dia de regresso que por lá passamos. A Carol estava curiosa com este imponente monumento que vigia a cidade e disse-nos: “pai, vamos embora sem ver a nossa senhora dos xaropes?”

Confusões sinonímicas à parte, vale a pena a subida, seja de carro ou a pé pelos seus 686 degraus, a vista lá de cima é muito bonita e cada etapa da escadaria tem uma espécie de pátio com estátuas, mosaicos e fontes incríveis.

Passando para a foz do rio Douro em si, e para a zona do Pinhão…. já tinha dito que somos fãs de passeios de barco não já? Numa onda completamente diferente de outros que já fizemos, este é absolutamente deslumbrante.

Marcamos o passeio através do hotel, e foi feito com a companhia Deltatur, com embarque no cais do Pinhão. Nós até gostávamos de ter experimentado o tradicional barco Rabelo, mas em tempos de distanciamento optamos por um barco privado só para nós, e foi uma experiência única. A paisagem do rio pelo meio dos vales e das vinhas a perder de vista é qualquer coisa de mágico, e o nosso guia apesar de jovem era muito castiço e conhecedor da história das diferentes quintas.

O único inconveniente foi que estavam perto de 40 graus e tive pena de não ter ido equipado para dar uma mergulho, mas valeu o vinho do Porto fresquinho servido a bordo.

Para finalizar, passamos pelo Porto no regresso mas muito, muito de fugida, quase que só para não deixar passar em branco sem uma francesinha no clássico Capa Negra. We’ll be back.

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Algarve 2020 – Vale Judeu e Olhos de Água

Já foi em Agosto que estivemos no Algarve, mas só agora que o Verão começou verdadeiramente a dar sinais de querer ir embora é que me lembrei de escrever aqui qualquer coisa sobre as nossas férias.

Já há uns anos que íamos para fora nesta altura, mas por razões óbvias em 2020 ficamos por terras lusitanas. Não nos podemos queixar minimamente, sobre a vida em geral e sobre estas férias em particular, que não deixaram de ser espectaculares.

Estivemos uma semana na localidade de Vale Judeu, numa moradia isolada que alugamos através do AirBnB, e outra não muito longe, em Olhos de Água (não consigo escrever ou dizer este nome sem ouvir o Toy a cantar na minha cabeça…), nos apartamentos da Almondbloom, recomendados (e bem) por um amigo. Dois estilos contrastantes que deram uma variação bem interessante no roteiro.

Vou destacar aqui alguns pontos altos:

Albufeira Velha

Por um lado, foi desolador passear por esta zona em Agosto e ver tudo praticamente às moscas; por outro, foi um privilégio. É difícil abstrair dos motivos que levam a isto, mas nada a fazer senão desfrutar de uma zona de que nunca sequer tínhamos dado conta que existia em outras passagens que tivemos pelo Algarve.

Não é um Algarve imaculado nem livre de adaptações britânicas, mas mantém presente um lado pitoresco e com mais charme do que aquilo que estávamos acostumados a ver.

Passeios de Barco – Dreamwave

Já começa a parecer quase uma obrigatoriedade nas nossas férias de verão, mas a verdade é que adoramos mesmo passeios de barco e fizemos dois nesta viagem, ambos através da Dreamwave.

O primeiro era suposto ser mais relax, num veleiro de estilo pirata com passeio panorâmico e churrascada no almoço. Até acabou por ser, mas por azar marcamos para um dos poucos dias em que apanhamos um tempinho ligeiramente pior e um mar picado que fez com que estivéssemos umas boas horas só a levar porrada das ondas e sem ver nada de especial. Felizmente a churrascada lá aconteceu, numa bela praia quase isolada na zona do Carvoeiro, e acabou por ser um belo dia.

O segundo já foi num barco rápido e o objectivo era encontrar golfinhos, mas por mais boa vontade que o skipper tenha tido, andamos e andamos até onde nos foi possível e eles não quiseram nada com a gente. O ponto alto foram as visitas a diversas grutas, com destaque para a já cliché gruta de Benagil; modas à parte, nunca a tínhamos visitado e é realmente belíssima.

Olhos de Água

A pequena localidade de Olhos de Água tem um encanto especial, assim como a praia do mesmo nome. A praia é minúscula, impraticável para estas eras de distanciamento social e não é de todo das mais propícias para banhos, entre algas, pedras, baixios… mas não sei, gosto! Mais para apreciar e para os passeios noturnos, mas de qualquer das formas há imensas praias mais “praias” a 10 ou 15 minutos de carro.

Depois tem uma mistura de casas típicas e zona mais piscatória, com a praticidade de ter tudo à mão de semear sem ter que pegar no carro, vários lugares onde comer peixe bom e barato (um rodízio de peixe a 10€ em cada esquina!), tudo simples mas para mim um verdadeiro luxo.

Mercado de Loulé

Gosto bué de visitar mercados locais e o de Loulé vale bem a pena. O edifício é histórico e centenário (inaugurado em 1908), está muito bem conservado, e melhor ainda, está cheio de peixe bom, de produtos locais frescos e vende os típicos docinhos do algarve que nós adoramos a um preço bem mais baixo do que nas lojas habituais.

Fiquei tão concentrado em doces, mel e queijos, que acabei por não tirar nenhuma foto de jeito. Fica o Atum gigante acima para memória futura.

Zoomarine

Nunca tínhamos ido ao Zoomarine com as crianças e escusado dizer que eles adoraram, tanto que nos “obrigaram” a comprar o bilhete de segundo dia, que confesso que compensa; por mais 8 euros desfruta-se de mais um dia bem passado.

Sinceramente, não sou muito fã de ver golfinhos ou quaisquer outros animais aquáticos de porte em cativeiro, mas fora essa reserva pessoal (e meio incoerente, eu sei), acho que o parque aquático e as diversões estão muito bem conseguidas, e toda a organização e limpeza relativamente às medidas de prevenção do “bicho” também estavam impecáveis, nunca nos sentimos inseguros.

Dica: não sei bem porquê mas ao contrário do que seria de esperar a afluência é bem menor durante o fim de semana do que no resto da semana.

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