Andanças

Regresso

IMG_20140828_174200

Um ano e cinco meses depois, estamos de regresso a Portugal.

A verdade é que o sol faz falta,e a família toda gosta muito dele. Não nos víamos a passar mais um Inverno na Irlanda.

Não foi assim tanto tempo, mas foi bastante intenso. Só tenho a agradecer à Irlanda por tudo o que nos proporcionou e pelo carinho com que nos recebeu. Não me canso de elogiar os Irlandeses, por serem tão alegres e acolhedores, mesmo vivendo num país com um clima tão hostil. Um irlandês que se cruze contigo tem sempre uma piada para dizer, uma história para contar. Te pede desculpa por algo que não fez, e torna-se teu amigo de forma instantânea.

Na área da informática, em particular, diria que é um dos melhores mercados da Europa para se estar neste momento. Muito dinâmico, muita procura por gente qualificada, bons salários e condições de trabalho. Todas as empresas tecnológicas gigantes estão por lá e em força, devido aos incentivos fiscais que o governo proporciona. Enerva-me que Portugal e Lisboa em particular não enveredem por um caminho semelhante, mas isso são outros quinhentos.

Agradeço também obviamente à Ryanair, que foi quem me carregou para esta experiência. Nunca falei sobre a empresa no tempo em que lá estive porque estava contratualmente impedido de fazê-lo. É uma empresa diferente, irreverente, e com uma tremenda má fama na forma como lida com os seus funcionários, mas não o proveito. No meu caso, senti-me sempre bem tratado e respeitado, do primeiro ao último minuto, e saio com o meu trabalho valorizado.

Slán leat.

Standard
Andanças, Pátria que me acolheu

Orçamentos

Ontem foram divulgados os orçamentos de Portugal e de Irlanda para o ano de 2014. Não tenho grande autoridade nem me agrada muito falar sobre economia ou política, mas consigo falar sobre aquilo que sinto quando olho para um e para outro.

O orçamento da Irlanda, segundo o governo, é o último sob “assistência” da Troika. Não foi isento de medidas polémicas, mas de modo geral penso que não pode ser considerado um orçamento austero.

As piores notícias não anulam as boas, e as primeiras foram divulgadas com inteligência política, paulatinamente e escutando a reação do povo previamente ao longo do último mês, sem cair muito na desonestidade ou no populismo.

Entre as boas estão a manutenção do IVA a 9% para o turismo, que era suposto ser provisória mas é claramente benéfica, a introdução de cuidados de saúde gratuitos para todas as crianças menores de 5 anos, e a garantia de que os salários, os subsídios e as pensões permanecerão intocáveis.

Entre as más, aumento do preço dos medicamentos sob receita e, cortes em alguns cartões de saúde e  no subsídio de desemprego para menores de 26, e a muito muito má para os Irlandeses: aumento do preço das bebidas alcoólicas, 10 cêntimos por pint, 50 cêntimos por garrafa de vinho!

Não é perfeito e nada garante que as coisas não possam voltar a correr mal, mas há um rumo, há resultados, há optimismo fundado, há preocupação legítima com as próximas gerações.

O orçamento de Portugal, por outro lado, é mais do mesmo. O governo não admite que é austero, mas a sua leitura só demonstra mais agressão, mais depressão, mais insistência em fórmulas que não funcionam, mais tiros no escuro e previsões em que ninguém acredita.

Não sei se fico feliz por estar longe, ou triste por ainda mais longe me sentir, por estas e por outras…

Standard
Sem categoria

Eye View Design – The End

Como já tinha referido, a Eye View Design está a acabar de vez, e andamos a limpar os despojos.

Sem desprimor para o meu local de trabalho actual e o que lhe antecedeu, a EVD foi o local onde gostei mais de trabalhar. Ajuda ter trabalhado entre amigos, aos quais só tenho a agradecer o que vivi e o que aprendi, mas não era só isso. Fazíamos um trabalho de qualidade, éramos dedicados  e bastante preocupados com os nossos clientes. Éramos honestos, e não vivíamos acima das nossas possibilidades (saímos de cena antes que isso fosse hipótese). Nunca nos quisemos fazer parecer mais do que éramos.

Não éramos muitos, não estávamos em grandes centros nem conhecíamos grandes personagens. Não jogávamos golfe, não aparecíamos em publicações de renome nem andávamos em grandes carros.

E tudo isto não nos levou a lugar nenhum. Talvez tenhamos pecado por ingenuidade em determinados momentos, mas não é por aí que mudaria algo, e muito provavelmente o que mudaria não nos teria salvo.

Não quero choramingar ou reclamar do país que temos nem nos ilibar de responsabilidades, mas são factos. Não estamos num país propício ao investimento, à ambição, à juventude. Brada-se ao empreendedorismo mas estrangulam-se as pequenas empresas com impostos absurdos, cortam-se-lhes as pernas à nascença em concursos com vencedores pré-definidos, ignora-se a competência em abono dos títulos, sobrenomes ou compadrios. Obrigam-nos ou a resignarmo-nos e a juntarmo-nos ao “sistema”, ou a ir embora.

Fica pra pensar.

Standard
Sem categoria

Diferenças

Tentei contactar a UNICEF portuguesa a semana passada. Enviei um e-mail há mais de uma semana, para o e-mail geral da sede. Não me responderam. Tentei então enviar o mesmo e-mail para o centro da UNICEF em Lisboa. Também não me responderam.

Contactei então a UNICEF espanhola. Responderam-me em uma hora. Desde então troquei diversos e-mails com a pessoa que me respondeu, e fiquei com o assunto resolvido, em dois dias.

Não vou revelar já o assunto, mas era tanto do meu interesse quanto da Unicef (ou mais). Mesmo que não fosse, fica muito mal a uma associação com uma responsabilidade deste nível. Entretanto a “desculpa” de ser Agosto já se esgotou.

Eu não gosto de falar mal podendo cair no risco de criticar injustamente, mas… é Portugal, ninguém leva a mal.

Standard
Desportadas

Liedshow

Primeiro ponto: nem deveria haver qualquer tipo de discussão. Se houveram os precedentes, agora não há que chorar sobre o leite derramado.

Segundo ponto: é a posição mais carenciada da selecção nacional, e não há “nativo” melhor, ou que chegue perto. Nulo Gomes? Hugo Almeida? Poupem-me.

Terceiro ponto: há meninos que chegam à selecção sem nem português saberem falar, e com isso já ninguém se choca. Se tiver um “Da Costa” ou um “Da Silva” no nome e um pai de bigode e cachucho, já ninguém desconfia.

Quarto ponto: grande parte dos bons jogadores que a selecção portuguesa teve ao longo da história, não eram portugueses, com Eusébio à cabeça. As colónias faziam parte de Portugal na altura bla bla, my ass: faziam parte para os colonos brancos, Portugal significava o quê para os pretos?

Quinto ponto: estamos a falar de um homem que dá sempre o que tem e o que não tem em campo, e que tem muito mais a dar à selecção portuguesa do que o contrário (sem descurar os 31 anos de idade).

Sexto ponto: ninguém se chateie, que o futebol não é mais que um negócio, inclusive o de selecções.

Sétimo ponto: sou luso-brasileiro e sportinguista, é claro que há a minha dose de facciosismo neste comentário, não percam o vosso tempo a apontá-lo, iluminados!

Oitavo ponto: o que é uma injustiça do caraças é brasileiros que conheço estarem aqui há 20 anos e demorarem meses a obter resposta do pedido de nacionalidade.

Nono ponto: LIEDSON RESOLVE!

(mas já não chega a tempo de safar a selecção…)
Standard