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Nomes admitidos em Portugal

Este post é dedicado aos meus queridos amigos portugueses que me brindaram com a piada “não me venhas com nomes brasileiros esquisitos”.

Como é natural nesta altura, já perdemos algum tempo a olhar para a famosa lista de “Vocábulos admitidos e não admitidos como nomes próprios” pelo Instituto dos Registos e Notariado. É uma obra-prima.

Portanto, se estivéssemos para aí virados, o nosso bebé podia se chamar Acúrsio. Acúrcio é que nunca. Poderia também ser Africano, mesmo não podendo ser Moreno.

Quem não conseguir chamar o filho de Cristo, ou se consola batizando a filha como Cristolinda, ou chama o filho de Judas, para se vingar.

Falcão só é permitido como segundo elemento do nome, mas Falco já serve como primeiro, o que torna Falco Falcão um nome perfeitamente válido, sendo a mesma lógica aplicável a Leo Leão.

Pode-se ter uma filha India, mas nunca um filho Indio. Quem quiser ter um filho Lindo, tem que se contentar com Lindorfo ou Lindoro.

Até há alguns estrangeirismos forçados. Jonatã para Jonathan, Jóni para Johny, Kévim para Kevin. Quéli para Kelly, Pégui para Peggy, Mágui para Maggy.

E as Marias? Uma Maria pode ser de São José ou de São Pedro, mas não pode ser de São Luís. Pode ser do Mar, mas não pode ser do Sol nem da Lua. Não poder ser Imaculada já tem mais lógica, visto poder ser dos Prazeres ou das Dores.

Marx, Lenine (ou Vladimir), Estaline, Guevara ou Fidel estão fora de questão, mas Salazar é à vontade. Maradona, Nani ou Futre nem pensar, mas Luís Figo tudo bem. Até mesmo quem é fã dos Beatles tem que se contentar com Ringo, estando descartados George, Paul ou John (e ainda Lenon).

Uma criança não pode nascer Rei nem Rainha, mas pode nascer Primitivo ou Primitiva, Sátiro ou Sátira. Pode nascer Especiosa,Gloriosa e até mesmo Matrosa, mas nunca Amorosa nem Virtuosa.

Com a minha letra preferida anda só liberaram Yara, Yasmin e Yuri, e com Z ninguém sabe que critério Zerá que usaram…

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Pátria que me pariu

Nomes

Ao assistir a mais uma das façanhas do setubalense Mourinho no último fim de semana me dei conta do segundo nome do lateral direito do Inter e da minha selecção (a canarinha, claro!) ser Douglas, ou seja, Maicon Douglas. Conhecendo a criatividade e a permissividade do registo civil brasileiro como conheço, percebi logo que toda e qualquer semelhança com o nome Michael Douglas não poderia ser coincidência, e a wikipédia confirma:

O nome de Maicon, foi sugerido por sua mãe, adotou para o filho o nome de Maicon Douglas em homenagem ao ator norte americano Michael Douglas, assim como seu irmão gêmeo Marlon que é uma homenagem ao também ator norte americano Marlon Brando.

Nada de estranho, num país em que o melhor marcador do campeonato baiano era o Allann Delon, que hoje em dia joga no Brasiliense, clube por onde também pontificou um avançado de seu nome Creedence Clearwater. E quem não se lembra do rijo defesa central que passou pelo Sporting há uns anos, Gladstone?

Tirando as homenagens, ainda é possível encontrar, só no campeonato brasileiro, assim de cabeça, Richarlyson, Jancarlos, Maicosuel ou Sheslon.

Extrapolando o domínio futebolístico, encontramos coisas verdadeiramente escabrosas, como nesta lista, aparentemente verdadeira (e acredito piamente nessa aparência): Brandamente Brasil, Disney Chaplin Milhomem de Souza, Espere em Deus Mateus, Tospericagerja (em homenagem à seleção do tri: Tostão, Pelé, Rivelino, Carlos Alberto, Gerson e Jairzinho), e por aí vai.

Eu conheço pessoalmente um rapaz chamado Benetton, gente boa.

É um país à parte.

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