Desportadas

West Ham x Manchester City

West Ham Ygor

Este sábado realizei mais um sonho: ver um jogo da Premier League ao vivo. No caso, West Ham x Manchester City.

O Upton Park é um estádio histórico, como outros tantos pelo Reino Unido afora. Na verdade o seu nome oficial é Boleyn Ground, dado ter sido erguido nos terrenos do Boleyn Castle, que se julga que tenha pertencido à Ana Bolena, a mais controversa rainha de Inglaterra. Diz-se também que o terreno é amaldiçoado por uma das suas criadas, que por lá morreu durante trabalho de parto. Talvez seja por isso que, apesar de ser um dos poucos clubes que nunca esteve abaixo da segunda liga, o West Ham também nunca foi campeão da primeira…

Quem quiser visitá-lo talvez não tenha muitas mais oportunidades para fazê-lo, porque a equipa vai se mudar para o Estádio Olímpico, e é provável que o atual venha a ser demolido.

Foi um dia sem nenhum pingo de chuva, temperatura a beirar os 20 graus e até o sol a querer espreitar, o que para Londres é espetacular. Equipa embalada por uma vitória por 0-3 na casa do Tottenham, recepção a um dos candidatos, e estádio repleto. Melhor não podia ser, certo? Ora… não é bem assim.

Contrariamente às minhas expetativas, que eram enormes, o ambiente no estádio não era nada daquilo que esperava para a fama da Premier League. Os adeptos da casa não eram daqueles que puxavam o jogo, mas sim dos que deixavam o jogo puxar por eles. Inicialmente a coisa prometeu muito, com a impressionante entrada da equipa em campo ao som da tradicional música “Forever Blowing Bubbles in the Sky“, mas fora isso só cantavam muito esporádica e brevemente “Common United“.

Só houveram 15 minutos bons nas bancadas, aqueles que culminaram com um esboço de reacção dos Hammers e um belo golo do “nosso” Ricardo Vaz Tê. Mesmo nesses, os Citizens tiveram o jogo sempre controlado, sendo notório o abismo de qualidade entre as duas equipas, o que nunca poderia justificar a falta de entusiasmo e de apoio da torcida. Pior ainda, houve uma debandada geral quando o David Silva marcou, a 10 minutos do fim… um abandono como nunca antes tinha visto, mesmo nos momentos mais negros da história de Alvalade.

A verdade é que as bancadas ilustravam bem a população Londrina, desenraizada e descaracterizada: do nosso lado esquerdo tínhamos alemães, à frente italianos, do lado direito pessoal de Leste, e por aí vai… britânicos contavam-se pelos dedos das mãos, e assim sendo é complicado sentir no meio dessa amálgama a identidade do típico adepto bretão, que nunca esmorece nem abandona a equipa.

Fica para ver um jogo de outras localidades ou de equipas menores.

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England, the end

Bom, lá tivemos nós que regressar à base. Acaba por ser sempre frustrante visitar Londres, porque nunca saímos satisfeitos, nunca vemos tudo o que queremos, esta cidade tem muito, muito para oferecer. O que vale é que sabemos que havemos de por lá passar novamente.

De Liverpool não tenho muito a dizer, mas para quem ama o futebol, é sem dúvida uma cidade a visitar: respira-se futebol, a rivalidade entre os reds e os toffees está sempre a pairar no ar (até os caixotes do lixo são de cores diferentes consoante as ruas), em cada esquina há um pub a dar a bola ou uma casa de apostas, contagia.

De mais, tenho a dizer que até agora, a semana toda, não tínhamos visto neve a valer, só aquela neve falsa misturada com chuva a que os ingleses chamam sleet. Hoje de manhã, como atesta a foto, ficamos todos entusiasmados porque acordamos com um valente nevão em cima, por todo o lado no caminho até Luton só se via era neve.

O entusiasmo arrefeceu assim que chegamos ao aeroporto: 3 voos da easyjet já tinham sido cancelados, e todos os restantes não tinham estimativa de partida, por todo o lado o alvoroço e o rumor de que todos os voos seriam cancelados porque a pista estava coberta de neve. Felizmente a perspectiva de passar uma noite à Tom Hanks não se confirmou, e lá voamos, 5 horas depois do previsto.

E cá estamos, e lá se foram as férias, e tudo o que é bom acaba depressa e etc. Mês que vem bem podia ser Agosto.

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London, Day 6

Como eu tinha dito, chegou a vez dos chineses celebrarem o ano novo. Este ano que entra é o do Tigre, que até é o nosso signo chinês (meu, da Irina e de todo o pessoal de 1986).

Apesar da chuvinha foi um dia de festa, e isso notou-se desde cedo logo à porta de casa, com uma forte batucada e um dragão dançante a parar em tudo o que era loja e restaurante chinês e a cortar um legume que não percebi bem o que era, para dar sorte.

Este jornal era interessante

Chinatown estava especialmente representativa da China natal, mas não era por causa dos chineses, era a sobrelotação! Eram algumas dez mil pessoas por quilómetro quadrado. Os chineses em si aproveitavam mais para fazer negócio, vender estalinhos de carnaval, tigres de papel e uns bolinhos fritos.

Eu em Trafagal a fazer cara dum chinês à espera que me digam que isto é cara dum jap afinal

Estivemos grande parte da tarde em Trafalgal Square a ver os diversos números de variedades dos chineses: danças, lutas, cânticos e stand-up à chinesa (intragável esta parte).  Não ficamos a tempo dos fogos de artifício, mas foi bonita a festa, grande ambiente.

Tudo neste dia soou a despedida: quando chegamos à base, estava um irlandês no pub à nossa frente a cantar Loosing my religion, dos REM. Ficou pra pensar.

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London, Day 5

Hoje o dia prometia, fez sol que se fartou, para os London Standards.No entanto, o dia não correu assim tão bem: a estação mais próxima de nós estava fechada, além de duas linhas inteiras do metro, e amanhar-mos-nos com o bus é um bocado mais complicado. Além disso, demos uma caminhada do caraças para encontrar a pizzaria italiana La Porchetta, que é só a melhor do mundo e arredores, e chegamos lá… e não servem almoços aos sábados! Maledettos!

Ainda assim, deu para irmos ao British Museum visitar as múmias, os gregos com as pilas de fora e coçar a barba em sinal de sapiência, faz parte.

Este rapaz que está acima não foi mumificado, mas está conservadinho há milhares de anos devido a ter secado naturalmente de andar a bulir no deserto. O pessoal que anda no ginásio a mamar água destilada devia era pôr os olhos nele e ir encher para o Saara.

O resto foi andar a ver as montras na Oxford Street (só ver, que o dinheiro já não estica) e descansar um bocado, que também merecemos. Amanhã comemoraremos pela segunda  vez o reveillon, no espaço de dois meses: é o ano novo chinês, com celebrações chinocas em Trafalgal Square e Chinatown (óbvio).

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Andanças

London, Day 4

Nesta manhã demos granda passeio pelo Hyde Park; mesmo assim, não conseguimos percorrê-lo todo. Andamos a dar comida aos patos, gansos, esquilos, a tudo o que se mexia menos aos pombos, que é proibido.

À tarde fomos passear para os lados da Tower of London e fomos ao London Dungeons, depois de uns bons 30 minutos na fila: neste a compra online não adianta nada, é tudo ao molho e fé em Deus.

Não é bem o que estávamos à espera: nem aos putos mete medo, e dos actores, poucos se aproveitam, apesar do makeup. É, no entanto, muito interessante do ponto de vista da recriação histórica, de ficar a saber mais sobre o tempo da peste negra, das torturas que se infligiam aos infiéis e traidores, das histórias do Jack the Ripper, etc. Sentar na cadeira do Sweeney Todd também tem um efeito interessante: ficamos às escuras enquanto vamos ouvindo as tesouras e as giletes a cortarem e o bafo do gajo no pescoço.

Esta noite estiveram -5 graus na rua. Aperta!

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God Save the Football

Este post é só para eu me mentalizar que para a semana começo finalmente a coçar: esta semana ainda é carregada, culminando com a apresentação da primeira fase da tese, na sexta-feira.

No ano passado, em Fevereiro, fui a Londres ver um grande Brasil-Itália. Semana que vem vou a Liverpool, ver um não tão grande Everton-Sporting.

Falando assim até parece que todas as minhas visitas ao Reino Unido se devem a motivos futebolísticos, mas desta vez foi pura coincidência: já estava marcada uma viagem para a Irina conhecer Londres e eu descomprimir da tese, por pouco que seja.

Uma boa oportunidade para conhecer a cidade dos Beatles e o Goodison Park, um dos mais antigos estádios do mundo. Eu não conseguiria estar no mesmo país que o meu Sporting e não ir dar o meu apoio. Ainda que este não seja verdadeiramente o meu Sporting, aquele que eu aprendi a amar, eu não viro a cara ao meu clube, por pior que a situação esteja.

Um pint de Guiness preta, à vossa!

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Andanças, Desportadas

Day Three – Siamo Noi

Precisei chegar a casa e escrever logo este post, enquanto ainda estou extasiado, enebriado, possuído, ensandecido. Existem muitas emoções fortes nesse mundo, mas nenhuma é igual a assistir a um jogo da selecção canarinha.

A melhor torcida do mundo. Ponto.

Londres foi completamente invadida pelos brazucas, em número, em alegria, em cor, em tudo. O metro já vinha verde e amarelo desde a primeira estação, e foi apertando até não mais. O Tuco ia enganando todo mundo, respondendo aos “é nóis” com um “valeu!” setubalense muito do aldrabado.

O domínio tupiniquim começou logo na saída da Arsenal Station: 5 italianos começaram a gritar “siamo noi, siamo noi, campioni del mondo siamo noi“; imediatamente envolvidos por uma enorme massa amarela, que improvisava “SIAMO NOI, SIAMO NOI, CINCO VOLTE CAMPIONI SIAMO NOI”, os azuis evaporaram, completamente. Ciao!

Infelizmente o nosso amigo saudita que trazia os bilhetes se atrasou, e entramos com uns 3 minutos de jogo. Deu tempo. Ainda recrutamos um puto polaco pelo caminho; um luso-brasileiro, um luso-luso, um saudita e um polaco. Todos inteiramente brasileiros in questa notte! Os gritos de “sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor” do Tuco que o digam!


Tuco, o Zuca!


Alsaleh, came to support Italy, but got brainwashed!

No campo, os homens dando show, fazendo gato e sapato da defesa italiana, marcando belíssimos gols. Gaúchão e Robinho faziam maldade, e a torcida (60000) na bancada maltratava de igual modo os italianos. Tinha um napolitano ao meu lado quase chorando; cada vez que eu gritava, ele se imaginava me degolando. Saiu do estádio 15 minutos mais cedo. Arrivederci!

No final, flamenguista abraçado com vascaíno, gremista com colorado, japonês com paraíba, e eu pulando no meio do moche da mancha verde (desculpa aí cunhadão)!

Festa e batucada por todo o caminho. Samba, brega, funk. A melhor torcida do mundo. SIAMO NOI!

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Day One

*Para os preciosistas: foi Day One sim senhor, o dia de ontem foi Day Zero. Sou mais esperto que vocês ou não sou?

O dia foi cansativo, mas proveitoso. Não houve neve, só uma chuvinha molha-parvos.

Estivemos no British Museum, como não podia deixar de ser; a manhã inteira não chegou nem para ver metade, mas mesmo assim vimos muita, muita coisa, destacando o Ancient Egypt, o Mexico e o Japan. Sinto-me sempre mais sábio e com vontade de coçar a barba, quando vou a sítios destes.

À tarde, o Imperial War Museum, que me surpreendeu, pela positiva. Não é preciso ser apaixonado por história de guerra para adorar a visita. Impressionante o espólio de armas, tanques, aviões, bombas, fardas, informação, relíquias e tudo o mais. O Tuco ficou maluco, queria ficar a morar lá, dentro de um tanque ou de um submarino, mas eu não deixei. Ele tem cara de alemão, não lhe iam tratar bem.


Será que daqui acerto na careca do amuco?

De salientar que estes dois museus, enormes em tamanho e qualidade, são gratuitos. É um luxo.

De resto, passagem por Picadilly, Trafalgar Square, muita caminhada para combater o frio. Amanhã há mais.

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Just touched down in London town

Cheguemos!

A viagem

O voo foi tranquilo. O único brazuca (além de mim) que “detectei” no meio do pessoal, ficou sentado ao meu lado, o Gilmar. Ficamos na dianteira do avião,nos primeiros lugares da primeira fila, porque brasileiro gosta de aparecer.

Estávamos mesmo em frente à cabine dos pilotos e, antes de descolarmos, ouvimos o comandante a dizer para o sub: “I need to take a shit“. Como é óbvio, fomos obrigados a apelidá-lo de Capitão Cagão. By the way, ele era igual ao Craig Bellamy (cara de bebâdo, portanto).

Deu ainda para presenciar um desaguisado bem à portuguesa: duas senhoras com idade para ter juízo no despique, por causa de um lugar à janela. Felizmente, o Capitão Cagão acabou a sua obra a tempo, e veio apartar a briga, em pessoa. Capitão Cagão saves the day!

O resto da viagem não tem grande história, o Gilmar dormindo, eu lendo a Turma da Mônica.

A chegada

A chegada não foi tão tranquila quanto a viagem.

Não bastando o aeroporto de Luton ser no cú de Judas, Judas tá com o cú coberto de neve! O efeito visto lá de cima, é espectacular (parece que a cidade tá toda soterrada), mas tivemos que esperar que limpassem a neve da pista para o avião estacionar. Isso somado com as horas que levaram a ir do cu de Judas até ao centro, mais o tempo de encontrar o Tuco, mais o tempo de chegarmos a casa, deu… umas horas valentes, roxo de fome.

Mas PRÓNTES, cá estou eu em Hounslow (ou Little India), e até nem tá tanto frio quanto esperava. Mais novidades para breve!

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