Andanças

Northern Ireland

Aproveitei uma nesga de bom tempo no passado fim-de-semana para conhecer finalmente o país do “lado” de cima aqui da República, a Irlanda do Norte.

O meu speed tour focou três dos pontos principais do país: a incontornável e outrora problemática capital, Belfast, a ponte de cordas conhecida como Carrick-a-Rede Rope Bridge, e o conjunto de rochas de basalto conhecido como Giant’s Causeway.

Utilizei pela primeira vez um dos autocarros verdes da Paddywagon Tours, que não me desapontou. O conceito é low cost mas os condutores (a julgar pelo que me guiou) são bastantes versados em história e em estórias.

A capital foi onde tive menos tempo para gastar, mas não é preciso vaguear muito para nos depararmos com uma boa quantidade dos célebres murais que a preenchem. Ainda que maioritariamente políticos, são quase todos muito belos, ou pelo menos interessantes do ponto de vista artístico. Cada canto de cada rua tem também alguma história escondida. Grande parte das vezes de sangue, infelizmente.

Segundo consta o novo museu do Titanic também é muito bom, mas o tempo escasseou para visitá-lo. Contentei-me em comprar uma t-shirt “TITANIC, built by Irishmen, sunk by an English man”.

IMG_20140823_113958

A ponte de cordas que liga Ballintoy à pequena ilhota de Carrick-a-Rede pode ser de facto assustadora (nunca morreu lá ninguém à parte de um pobre cão), mas bastante mais pequena do que as fotografias aparentam. Em compensação, a beleza envolvente é ainda mais surpreendente do que nas imagens. Num dia bom, e no sábado foi um desses raros dias, é possível ver a Ilha Ratlhin e parte da Escócia.

IMG_20140823_133457

Relativamente a Giant’s Causeway, segundo reza a lenda, o lugar foi erguido por um gigante chamado Finn MacCool, que por lá habitava com a sua mulher, Oonagh (leia-se Una). Esse gigante desafiou outro gigante, escocês, de seu nome Benandonner, para vir até ao seu terreno medir forças, fazendo o tal caminho de pedras para que o rival pudesse lá chegar. No entanto, quando este se aproximou, o irlandês apercebeu-se que afinal o escocês era bem maior do que ele julgava.

Basicamente o Finn MacCool ficou todo borrado, mas a sua bela Oonagh teve uma ideia: disfarçou-o com roupas de bebé e deitou-o na cama. O outro gigante, ao chegar e deparar-se com o suposto filho do MacCool daquele tamanho, julgou que se a criança era assim, o pai seria então o gigante dos gigantes, o pica das galáxias, e fugiu, destruindo durante a fuga o caminho por onde tinha lá chegado.

Obviamente a causa real foi a actividade vulcânica que por lá sucedia há milhões de anos atrás, mas a lenda gera boas conversas e muito merchandising.

Resumindo e concluindo, agora que os Troubles passaram e a paz tem imperado, vale muito pena conhecer este pedaço do Reino Unido, tanto pela beleza quanto pelo seu lado histórico.

Standard
Andanças

Cliffs of Moher

Cliffs of Moher

Hoje foi dia do pai aqui na Irlanda e está acontecendo uma heatwave por aqui, que é como quem diz toda a temperatura que esteja acima dos 20 graus centígrados.

Para “comemorar” fomos conhecer um dos cartões de visita e quiçá o local mais bonito da República da Irlanda, o conjunto de falésias à beira-mar plantadas conhecidas como Cliffs of Moher, do outro lado da ilha, no condado de Clare. Ao longo dos seus 8 km de extensão, além das falésias podemos ver a baía de Galway, as montanhas de Connemara e as Aran Islands, estas últimas visitáveis de barco e onde quase só se fala Irlandês.

A região é efetivamente belíssima e o único senão é que, como ponto turístico reconhecido, está sempre repleto de gente, mas com um bocado de paciência e vontade de caminhar, dá para desfrutar da sua beleza, à vontade e com prazer.

Indo de carro e utilizando o estacionamento do Cliffs of Moher Experience (não há outra alternativa próxima) é cobrado um bilhete de 6€ por pessoa (gratuito para as crianças), mas há um truque: basta o motorista descarregar os restantes passageiros na entrada, um pouco mais atrás, e ir estacionar sozinho, que só paga um bilhete. Fica a dica.

Dormimos em Ennis, típica vila irlandesa, e a caminho de lá, na auto-estrada que liga Dublin a Limerick paramos numa estação de serviço chamada… Barack Obama Plaza. Sucede que de Moneygall partiu em 1850 para Nova Iorque um irlandês chamado Falmouth Kearney, nada menos que o tataravô do atual presidente Americano, que já lá esteve de visita bebendo Guinness e tudo. De lá para cá abriram esta estação de serviço e descerraram uma placa à entrada da vila assinalando-a oficialmente como “Barack Obama Ancestral Village”.

Um passeio excelente, com bastante que fica por explorar.

Standard
Andanças

Trazendo o carro para a Irlanda

Depois de muito ponderar (e pechinchar), decidi trazer o meu Peugeot de Portugal para a Irlanda. A alternativa seria vendê-lo em Portugal e comprar um carro aqui, ou mantê-lo em Portugal e comprar um charuto na Irlanda. Na primeira nunca conseguiria um bom negócio, da maneira que o mercado está, na segunda não me apetecia andar de charuto e muito menos manter a despesa de dois carros, usufruindo apenas de um na maior parte do tempo.

Que eu tenha conhecimento, o ferry mais próximo para a Irlanda é no Norte de França, em Cherbourg ou Roscoff, e atraca em Rosslare, 150km a sul de Dublin. Como também não me apetecia nem me dava muito jeito gastar 3 dias da minha vida nisso, decidi procurar por alguém que o fizesse por mim. Fechei negócio no site Shiply, em que listamos o que queremos transportar e para onde, e os fornecedores concorrem ao serviço com ofertas (também existe o rival uship).

Inicialmente os preços me assustaram, mas surgiu uma oferta bem mais barata que as demais (com o carro conduzido, e não transportado em camião), e não podia estar mais satisfeito por ter optado por ela. Para referência de quem necessite, o fornecedor em questão é o perfil Joaquintransportes no site, espanhol de Barcelona e muito boa pessoa. Manteve-me informado durante toda a viagem, por SMS, e cumpriu escrupulosamente com a entrega até ao fim, mesmo tendo tido uns contratempos pessoais pelo caminho. Como podem ver, até à data, 34 transportes com 100% de feedback positivo. Dada a extensão e a diversidade das viagens que faz, é obra.

Sobre o processo de troca de matrícula falarei mais à frente, pois ainda está em andamento, mas o leão da estrada já ruge em Dublin!

Standard
Andanças

Street Performance World Championship 2013

SAM_0710

Este fim de semana decorre aqui em Dublin o Street Performance World Championship 2013, no Merrion Park.

Diz que amanhã a onda de calor já desvanece, mas mesmo assim acho que é de aproveitar. Organização muito boa para um evento de entrada gratuita, cheio de animação, barraquinhas de doces e de churrascada, num verdadeiro circo (sem animais, felizmente) ao ar livre.

Tirando os animadores avulsos acabamos por só ver a performance de um dos finalistas, o duo australiano “The Doogans“, um casal ainda mais pirado do que os pais da Carolina.

Falando nessa menina, uma nota para a tamanha sorte que temos com ela. Para onde quer que a levemos, pelo tempo que seja, a confusão que for, ela encara tudo sempre com boa disposição e aquele sorriso de derreter papai e mamãe.

Great stuff.

Standard
Andanças

Bray

image

Este sábado foi dia de alugar carro outra vez.

O fim de semana começou com chuva e não prometia nada, mas à tarde fomos abençoados com um belo sol. Já sabem o ditado, se não gostam do clima Irlandês, esperem 5 minutos!

Temos uma boa quantidade de praias por perto, mas desta vez fomos um bocadinho mais a sul, pelo passeio, mais concretamente a Bray, que já pertence a Wicklow. Podíamos ter ido directamente pela auto-estrada M50, mas cometemos o erro de ir pelo centro, onde decorria a Dublin Pride 2013, e levamos cerca de uma hora a mais do que devíamos. Teve a sua graça…

Bray é uma vila muito limpa e simpática, e tem a praia que mais me encantou até agora neztepaiz. Só faltou mesmo o mergulho, ou mais concretamente a coragem para dá-lo no gélido Irish Sea.

Existe uma caminhada bastante recomendada de Bray até à cidade vizinha de Greystones, mas essa vai ter que ficar para quando a Carol crescer mais um bocado!

Tá-se grand em Bray.

Standard
Andanças

Emigrando para a Irlanda – PPS Number

Já tinha aqui falado do PPS number, sem o qual não se é ninguém na Irlanda, mas vou deixar aqui mais um pormenor em relação a ele, que é bastante simples mas sobre o qual não consegui encontrar nenhuma informação nas internetes.

Graças a todos os deuses, as minhas meninas já estão aqui do meu lado, e como tal fomos tratar desse bendito número para elas. Obviamente elas também não tinham comprovativo de morada no nome delas, e nem podiam pedir carta ao empregador como pedi.

Para a Carolina nem era preciso por ser bebé, mas mesmo para a mamãe a solução foi fácil: tendo eu um contrato de arrendamento, bastou escrever uma cartinha dizendo que ela mora comigo. Ela é minha esposa, mas penso que também funciona para namoradas, amigos e tudo o mais.

Grand!

Standard
Andanças

Conduzindo à esquerda

Irina On Left

Este fim de semana alugamos um carrinho para passear e sentir pela primeira vez  como era a condução do lado errado da estrada.

Foi melhor do que esperava. Não achei muito difícil, e isto até para mim, que nem em Portugal sou grande condutor. Para a minha amada mulher que até é grande condutora  também não foi, apesar de quase ter arrancado um espelho em Malahide.

A maior dificuldade foram as rotundas, em que por duas vezes o meu co-piloto temeu pela vida por eu entrado à bruta, sem confirmar que não vinham carros do lado de onde era realmente suposto eles virem.

O segredo é concentrarmo-nos em manter sempre à esquerda, seguir os outros carros sempre que possível, e rezar. Acho que em pouco tempo o chip do cérebro muda de vez.

Já agora, aluguei na Thriffty, que recomendo. Apesar de ter má fama tem preços bastante bons (um pouco à imagem da minha própria empresa). Não recomendo é o site por onde fiz a reserva, o rentalcars.com (também conhecido como car hire 3000), que impingiu-me um seguro contra todos os riscos que depois nem dava para usar se não fizesse um depósito de 1200€ (!) no balcão. Deu para cancelar por telefone, mas irritou.

Stay on the left!

Standard