Paternidade

2 anos

Há dois anos pai de dois.

Pai de uma, pai de um. Pai de loira e de moreno. Pai de olhos verdes e olhos castanhos.

Pai de mais velha e de mais novo. Pai de quem já estava e de quem, sendo único, nunca soube o que é ser o único.

Pai de quem se ama de paixão e de quem briga a todo o momento. Pai de quem quer ora as mesmas coisas, ora exactamente opostas.

Pai de quem se apegou a quem chegou de rompante, e de quem conquistou de imediato o seu espaço.

Pai, de quem faz valer a pena ser (pai).

Parabéns e obrigado ao (por enquanto) último dos Cardosos.

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Um Ano

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Faz hoje precisamente um ano que nos tornamos quatro. Tudo aquilo que vivemos facilmente se transforma numa aventura; nem sempre no bom sentido, mas cada vez faz mais sentido viver.

É óbvio que a chegada do segundo filho já nos encontra com mais estaleca no que à paternidade diz respeito, mas a realidade é que nunca estamos verdadeiramente preparados para tudo aquilo que vamos viver, e isso é fascinante.

O Francisco tem sido mestre em surpreender-nos praticamente desde que nasceu. Primeiro, na parte física, que em muito pouco ou nada se assemelha à irmã. Depois, em tudo o resto, onde as diferenças se tornam ainda mais vincadas. Um exemplo simples: comida. O que a Carolina encara como um sacrifício, ele mostra-se capaz de devorar este mundo e o outro. E por aí vai.

Mesmo com todo a logística que aumenta e com o descanso que escasseia (ainda mais), não há melhor presente para dar a uma criança do que um irmão, e o Francisco tem sido um irmão espectacular. Apesar de diferentes, eles são complementares e muito semelhantes na forma como nos desarmam e nos tem completamente nas mãos.

Talvez pela própria convivência com a mais velha, parece-nos que a desenvoltura dele tem evoluído com maior velocidade. É o chamado “fazer pela vida”. Ela alterna momentos de super-protecção em relação ao irmão com rasgos de ódio e de nunca mais o querer ver à frente. Ele consegue ser a criatura mais meiga do mundo e a mais bruta ao mesmo tempo; faz tudo com um sorriso enorme na cara, mas tão facilmente nos brinda com uma gargalhada quanto nos prega uma bofetada logo em seguida.

Costumamos dizer na brincadeira que ele é o último dos Cardosos. Do lado paterno, o meu avô teve quatro filhos, sendo dois deles homens e um destes o meu pai. O meu tio só concebeu meninas e, de homem, o meu pai só tem a mim.

Não tenho como prever o futuro, mas sinto que os Cardosos estarão sempre muito bem representados.

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6 Meses

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Pisquei os olhos e seis meses se passaram desde que “o meu mais novo” nasceu.

Continua com uma simpatia desgarrada, mas alterna cada vez mais frequentemente com momentos de “indignação”, em que gesticula veementemente e brada não sei bem o quê, com a sua voz grossa de homem em ponto pequeno.

Ainda não se senta sozinho, mas adora estar sentado. Adora também demonstrar força projectando o corpo para frente e para trás, principalmente quando está imobilizado, do estilo “ninguém me consegue parar”.

Apesar de já demonstrar preferência clara por um ou outro desenho animado, não tem especial simpatia pelos brinquedos que lhe metemos à frente, preferindo sempre coisas mais banais que tenhamos em casa. Ou que tenhamos na cara, como os meus óculos, que gosta de arrancar da forma mais meiga que consegue, ou seja, de uma assentada e à bruta.

A alimentação já vai sendo mais variada, e tipicamente marcha tudo o que lhe metemos à frente. Tem 67 cm e 7800 g, o que nos parece uma imensidão ao comparar-mos com a irmã na mesma idade.

A irmã, essa, continua a ser a sua paixão. Pode ser simpático para a maioria das pessoas, mas guarda para ela os melhores sorrisos e gargalhadas, que dispara automaticamente, só dela olhar.

E a partir daí pronto, esquecemos de tudo.

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13 Semanas

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O tempo segue voando de forma implacável, e o Francisco já leva três meses de mundo e 6200g no lombo, bem distribuídos ao longo de 61cm.

Sorrir, sorrir, sorrir, continua a ser aquilo que ele mais faz, para qualquer pessoa, em qualquer situação, a qualquer hora. É uma disposição que impressiona e contagia.

Apesar de tamanha simpatia, não dá as melhores noites do mundo. Também não dá as piores, pois não é de chorar para além da fome, mas é de uma inquietação tremenda. Corre uma maratona à noite sem sair do lugar.

Fora isso é um bebé fácil, por ora, e aparentemente rijo. Já estivemos todos doentes nestas férias menos ele, e aguentou os passeios que fizemos como se nada fosse.

Muitos mais haverá de fazer, e muito mais haveremos de sorrir a seu lado.

 

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9 semanas

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Dois meses e pouco de Francisco no mundo correspondem a muitas alterações na sua pequena pessoa.

Eu disse no último post que ele tinha começado a distribuir sorrisos, e assim continuou, com frequência e para quem quer que seja. Tem uma simpatia que não faço ideia onde foi buscar.

Também adora palrar, de um jeito tão compenetrado que parece mesmo que está mantendo uma conversa fluída sobre um assunto qualquer.

Já tem idade para nos surpreender. Na última consulta com o pediatra, ele perguntou-nos se o Francisco já se virava sozinho, ao que respondemos negativamente. Foi só colocar o gajo de barriga para baixo e fazê-lo olhar para o outro lado que estava dada a primeira volta.

Andou com umas cólicas chatas, o que é novidade para nós, mas parece tê-las deixado para trás, com uma pequena ajuda do Colimil.

Tem mais força do que esperamos, e quando está acordado (e às vezes também enquanto dorme), não pára de se movimentar, de olhar para todo o lado, de querer se mexer a sério.

Quanto mais trabalho dá, mais gostoso fica!

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6 Semanas

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Há mais de um mês que o Francisco está no mundo.

Tem crescido a olhos vistos, estando neste momento com 4200g de peso e 55cm de comprimento. É um bebé muito, muito tranquilo, e tem ar de estar sempre atento a tudo o que o rodeia. Já vai distribuindo sorrisos, com maior frequência para a progenitora, para gáudio desta!

Sermos pais de segunda viagem torna as coisas um pouquinho mais fáceis, mas não completamente, pois ele é bastante diferente da irmã, em vários aspectos.

Se ela era presa de intestinos, ele caga como se não houvesse amanhã. Se ela veio completamente carequinha, ele surgiu cheio de cabelo por toda a parte. E por aí vai.

Uma das coisas que temíamos bastante precisamente por não termos experiência prévia, era a reacção dela à chegada do irmão. Li em algum lado que o Jerry Seinfeld disse “A two-year old is kind of like having a blender, but you don’t have a top for it”, e é uma verdade absoluta. Ela é o cúmulo da energia e da imprevisibilidade, mas felizmente até tem sido bastante carinhosa para o irmão. Por vezes, até demais!

E ele, por mais que ela o chateie a toda a hora, já se derrete todo quando a vê e principalmente quando a ouve. Bonito de se ver.

Em pelo menos uma coisa eles são semelhantes: são lindos, maravilhosos, de morrer e chorar por mais.

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Vou contar-te como foi #2

Já não estás no futuro, filho. Já estás no mundo há mais de uma semana, e tem sido espectacular ter-te aqui.

Ao contrário do nascimento da tua irmã, que nos tirou da cama a meio da noite, o teu foi com data e hora marcada, o que não quer dizer que não tenham havido surpresas.

Chegamos ao Hospital Garcia de Orta às 8h10, 20 minutos antes da hora indicada. É o habitual na obsessiva pontualidade do teu cota, como hás-de aprender. Deixei a tua mãe dar entrada no processo e fui estacionar o carro; quando regressei, ela já estava com aquela linda bata azul do hospital e a trouxa na mão.

Entretanto esteve fazendo CTG durante um bom bocado. Às 10h10 chamaram-lhe para entrar para o bloco, e até aí tudo parecia ir de vento em popa para nasceres durante essa manhã, mas infelizmente foi sol de pouca dura. Informaram-nos que havia pouco pessoal de plantão para muitas parideiras aparecendo por lá em trabalhos, e assim sendo a tua mãe ia ter que esperar que as coisas acalmassem, visto que não era uma situação de emergência.

Essa espera durou cerca de doze horas, a somar às outras doze em que a tua mãe estava de jejum. Valoriza-a, muito e sempre, porque muita fominha ela passou para vires ao mundo!

Felizmente, essa espera angustiante e o facto de não ter sido possível eu assistir ao parto foram os únicos ponto negativos do dia. Há que elogiar quando necessário, e este foi mais um parto impecável.

Depois de palmilhar quilómetros de um lado para o outro em frente ao bloco, finalmente, às 20h55, disseram-me que tinhas nascido, às 20h12, com 3220g. A médica, Drª Blandina, brasileira como o papai, veio me dizer que “ele é muito lindo, já fez xixi, já fez cocô, tá tudo funcionando!”.

E és, e fazes, e funcionas plenamente. Por enquanto por si só ainda não dás tanto trabalho quanto esperávamos, mas juntando ao que mana dá, é dureza, sim. Mas não há nada que pague a vossa presença nas nossas vidas.

 

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