Cinemadas

La piel que habito

Glorioso regresso do Banderas ao colo do pai Almodovar, que apresenta aqui o seu melhor filme desde Hable con Ella. É menos chocante e “terrorífico” do que foi propagandeado, mas ainda assim, um thriller daqueles.

O Banderas é um renomado cirurgião plástico que, desde que a mulher se suicidou após ter tido o seu corpo completamente queimado num acidente de viação, dedica o seu tempo a tentar desenvolver um novo tipo de pele humana, mais resistente do que a original. Para esse efeito, mantém cativa como cobaia na sua mansão uma mulher, completamente controlada pelo doutor e pela sua fiel governanta.

Além da tragédia da viuvez, descobrimos em seguida que a filha de ambos também cometeu suicídio após ter sido vítima de violação. Esta sequência de acontecimentos do passado e do presente vai sendo apresentada de forma intercalada, até termos lentamente todas as peças do complexo puzzle em que as personagens estão envolvidas, sendo tudo isto temperado com ingredientes que Almovodar habitualmente utiliza (mães/mulheres a ditar o rumo do enredo, pais/infâncias problemáticas), mas de uma forma muito mais sóbria (menos melodramática).

Juntem-se a isto brilhantes interpretações e uma banda-sonora excelente como do costume e, a par do Drive, o filme de 2011 que mais gostei, até agora.

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