Andanças

Boca do Vento

Desde a última sexta até ao dia 22 de Setembro decorrem algumas iniciativas da Semana Europeia da Mobilidade aqui no concelho de Almada; a esmagadora maioria são para inglês ver, mas ontem aproveitamos que a descida do Elevador da Boca do Vento era gratuita e lá fomos.

Para quem não conhece recomendo; já não ia lá há tantos anos que me tinha esquecido o quanto aquele espaço é bonito, apesar de só estar aproveitado em certa parte.

Tão bonito que incita as hormonas da juventude à pouca-vergonha em terreno público, mesmo de frente para a ponte do elevador, com imensa gente a passar ao lado.

Fica pra pensar.

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Sem categoria

A ponte dos que não foram

Sentimentos ambíguos me assolam quando penso na Câmara de Almada.

Se o concelho sofreu uma evolução brutal desde que vim para cá, e dando de barato que o ritmo não foi nem de perto nem de longe o mesmo em todas as freguesias, há certas coisas que me custam compreender.

Estudei 6 anos na FCT, e antes disso estive nos 3 anos que estive na EPED, já lá ia almoçar. Fui trabalhar para o Madan Parque logo após a sua abertura.

Sempre tive que atravessar o pedaço que liga a actual localização do Madan Parque à porta lateral que dá entrada à FCT. Sem passadeira e com carros a circular dos dois sentidos, o trajecto não é propriamente seguro, de facto. Decidiram fazer uma ponte pedonal a ligar a FCT ao Madan; até aqui tudo bem.

Agora, expliquem-me uma coisa: como é que uma ponte que liga a faculdade ao Madan Parque… não vai dar ao Madan Parque? Ninguém que trabalha no Madan Parque e se desloca à FCT vai dar uso a essa ponte. A ponte beneficia um ou dois alunos que estejam alojados nos prédios que estão virados para a ponte e pouco mais.

A figura acima (em que ainda não existia a dita ponte) ilustra o cenário: os círculos verdes identificam as portas da faculdade e do Madan, e a linha verde o caminho normal. A linha vermelha representa a ponte, que vai dar nas traseiras do edifício de informática, e termina nos prédios da entrada do Monte, não no Madan.

Ainda que possam existir argumentações a favor desta ponte, ou dificuldades de ordem técnica que impedissem que a ponte que liga a FCT ao Madan Parque fosse mesmo dar ao Madan Parque, então… para quê fazer ainda assim a ponte, se ela não cumpre o objectivo a que se destina? Pintar uma passadeira no chão não teria o mesmo efeito e seria muito mais barato? (Nomeadamente mais barato que os 125.366,47 € da execução + os 12.500€ do estudo)

Mesmo que existam respostas às perguntas anteriores, e em relação à ponte ter estado trancada vários meses após a sua conclusão? Tirei a foto acima a um cidadão que experimentava a ponte uns dias após a conclusão da obra, em Janeiro deste ano, e a seguir a isso… trancas nas portas. Porquê vedar um acesso acabado e disponível?

A esta pergunta eu acho que consigo responder: na revista municipal deste mês, é dado imenso destaque às iniciativas da semana verde. Entre elas estão… a inauguração da ponte FCT-Madan Parque, à qual foi dado o pomposo nome de “bicilink”. Impede-se a já de si fraca utilização que a ponte teria durante meses, para fazer uma inauguração de encher chouriços, em mais uma inócua iniciativa da apregoada mobilidade/sustentabilidade/verdura whatever.

Fica pra pensar.

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Desportadas

Challenge Cup

Acabei de chegar do Pavilhão de Almada (Complexo Municipal de Desportos bla bla bla), onde pela primeira vez uma equipa portuguesa se sagrou campeã de uma competição europeia de Andebol, no confronto directo com os polacos do MMTS Kwidzyn.

Quis o destino (e a falta de um pavilhão próprio) que esta final calhasse a ser no meu concelho, e eu não poderia deixar de marcar presença. Tirando a festa do título de 99/2000, nunca tinha visto nada assim em Almada. O pavilhão rebentava pelas costuras, desconfio que foi vendida uma boa quantidade de bilhetes acima da lotação, dada a quantidade de gente em pé e espalmada por todo o lado.

Foi a primeira vez que vi um jogo de Andebol ao vivo, e foi espectacular, não tem comparação com as tardes de sofá na RTP2: emotivo, físico, frenético, e com tremendas jogadas, de arregalar os olhos. Para repetir.

Fruto de uma primeira parte em que defendemos com grande agressividade e partimos sempre para ataques rápidos e concretizações fáceis, fomos para o intervalo a vencer por 16-9, o que aliado à vitória na Polónia na primeira mão nos deixava com uma mão na taça.

Na segunda parte, resolvemos complicar as coisas, com muita displicência na defesa e uma vontade grande por parte do adversário de limpar a imagem de desnorte dada na primeira parte. A isso junte-se dois livres de 7 metros falhados pelo nosso capitão Bosko, e duas bolas praticamente seguidas ao poste, tornaram os últimos dez minutos num verdadeiro martírio. Preciosíssimas as brilhantes defesas do grande Humberto, e as bombas de Petric a amenizar os estragos causados pelos golos adversários.

O Humberto levou-me mesmo às lágrimas com o pranto em que desabou no fim do jogo, e o Vladimir Petric é um verdadeiro TANQUE, que jogador, que máquina, que besta!

Com uma mini-pancadaria provocada pelos polacos já perto do fim e que levou à expulsão do Petric, o jogo lá terminou, com o marcador a indicar 26-25 e a multidão a ir ao delírio. Só quem lá esteve é que pode saber o que é aquele ambiente, aquele calor infernal, o público a carregar a equipa… isto sim, é Sporting. Inesquecível.

Abaixo o início de uma explosão muito maior, com o livre de 7 metros do Bruno Moreira praticamente a sentenciar a partida.

E quem procurar bem, encontra a mim e ao meu pai no vídeo abaixo.

Hajam alegrias este ano, esperemos que a próxima seja dada pelo futsal. Muito, muito bem mandado o cântico no fim a exigir que queremos um pavilhão.

Sem saber o motivo, acho um bocado mau aspecto a Maria Emília não estar lá e fazer-se representar por um vereador, mas quero que ela se…

ATÉ MORRER, SPORTING ALLEZ!

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