Leituras

Coelho Pirata

Falando de um tema que me é cada vez mais caro:

Quem como eu visita frequentemente o Pirate Bay, pode ter sentido alguma estranheza ao ver a foto do Paulo Coelho escarrapachada na homepage, de há uns dias para cá.

Sucede que o Pirate Bay está disposto a promover artistas que manifestem esse interesse, e o Paulo Coelho foi lesto a aproveitar essa benesse, ele que faz questão de vincar a sua posição favorável quanto à pirataria.

Vinda de um dos autores que mais vendem no mundo, e um dos mais inteligentes na forma como trata a escrita como um negócio,  esta frase é lapidar:

“Quanto mais gente piratear um livro, melhor”.

Não sendo fã, tiro aqui pela segunda vez o chapéu ao menino que nasceu morto.

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Cinemadas

Warrior

Esqueçam The Wrestler, esqueçam The Fighter, Warrior é o melhor filme sobre lutas desde Million Dollar Baby.

Um pai/treinador alcoólatra (standard Nick Nolte) e dois irmãos a lutarem para tentar ganhar um torneio de Mixed Martial Arts em busca de redenção/honra a demonstrarem o quanto um bom e velho cliché sempre tem lugar, quando nas mãos certas.  E que o Tom Hardy tem tudo para ser um grande Bane no próximo Batman.

Acho que nunca se julgou que uma história sobre MMA podia deixar tanta gente de lágrima no olho.

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IELTS

O primeiro objetivo do ano está cumprido, ontem foi dia de prestar provas IELTS. Os resultados só sairão daqui a 13 dias, mas penso que correu bem, e deixo já aqui umas dicas de preparação para quem pretender fazê-lo.

Inscrevi-me para o exame no British Council de Lisboa, mas o exame é igual em qualquer parte do mundo, portanto tudo o que aqui digo é válido para o Brasil ou para onde quer que seja. Fiz também o “General Training” e não o “Academic“, que à partida é um bocado mais exigente na parte de reading, mas penso que a bitola de quem estuda para qualquer um dos dois deve ser a mesma, eu pratiquei tanto com testes de um quanto do outro. O livro que segui foi este, que acho que também está disponível em outros lugares.

Para o listening e para o reading, o que há a fazer é praticar, praticar e praticar, não tem engano. Para o listening aconselho também  concentrarem-se ao máximo, pois lá no exame a dada altura comecei a pensar em outra coisa qualquer e saltei uma pergunta, o que espero que não me prejudique muito. É muito mais fácil concentrarmo-nos a ouvir algo em casa de fones nos ouvidos, do que num auditório cheio de gente.

A componente de writing obviamente também requer prática, mas além desta, é preciso tomar nota dos diferentes estilos de escrita que os avaliadores gostam de ler, e dos erros comuns a evitar, como repetições, falta de estrutura ou de introdução/conclusão, introdução tirada literalmente da pergunta, e por aí vai.

Finalmente, na componente de speaking, o melhor treino possível é falar com alguém (agradeço imenso ao meu amigo Tuco, pela disponibilidade), pois por melhor que seja o nosso inglês, se não o desenferrujarmos de quando em vez, o sotaque começa a tender para o russo. Pode-se também treinar a primeira pergunta, porque é sempre sobre um tema acerca nós (origem, casa, emprego), e é fácil cobrir todas as possibilidades. A conversa é simples, o ambiente é calmo, e passa num instante.

De resto, é ter calma e espalhar magia.

 

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Cinemadas

The Rum Diary

tinha aqui dito o quanto ansiava por ver este filme,depois de ter lido o livro. O resultado dessa expetativa? Bom, positivo ele é. O filme é engraçado, entretém, o cenário e o ambiente estão bem conseguidos (ainda que não tão exóticos e excitantes quanto descritos no livro), mas fica na boca aquele gosto de quero mais.

Dando de barato que o estilo de escrita do Hunter S. Thompson é dos mais complicados de se adaptar ao cinema ou ao que quer que seja (o Fear and Loathing in Las Vegas é melhor, mas não é brilhante), fico com a sensação que o material dava azo a que se fizesse melhor.

Foi omitido um personagem brutal (Yeamon), o que tomou algum do seu lugar é meio insonso (Sanderson) e fez com que algumas cenas essenciais se ressentissem, nomeadamente e sem revelar demasiado a quem não viu, a prisão e o carnaval. Faltaram a estas essencialmente o desvario com que Thompson incendiou o livro.

Por fim, não posso deixar de referir duas coisas. A primeira é uma metáfora utilizada por uma das personagens, que diz que, querendo construir 10 hotéis (ou algo parecido), diz primeiro à população que irá construir 100, depois “negoceia”, “cede” a fazer só 10, e passa por benevolente. Isto é uma receita antiga, e exatamente aquilo que contínua e diariamente tem sido feito ao povo português.

A outra é que a Amber Heard… até me esqueci o que ia dizer. Fica pra pensar.

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Cinemadas

La piel que habito

Glorioso regresso do Banderas ao colo do pai Almodovar, que apresenta aqui o seu melhor filme desde Hable con Ella. É menos chocante e “terrorífico” do que foi propagandeado, mas ainda assim, um thriller daqueles.

O Banderas é um renomado cirurgião plástico que, desde que a mulher se suicidou após ter tido o seu corpo completamente queimado num acidente de viação, dedica o seu tempo a tentar desenvolver um novo tipo de pele humana, mais resistente do que a original. Para esse efeito, mantém cativa como cobaia na sua mansão uma mulher, completamente controlada pelo doutor e pela sua fiel governanta.

Além da tragédia da viuvez, descobrimos em seguida que a filha de ambos também cometeu suicídio após ter sido vítima de violação. Esta sequência de acontecimentos do passado e do presente vai sendo apresentada de forma intercalada, até termos lentamente todas as peças do complexo puzzle em que as personagens estão envolvidas, sendo tudo isto temperado com ingredientes que Almovodar habitualmente utiliza (mães/mulheres a ditar o rumo do enredo, pais/infâncias problemáticas), mas de uma forma muito mais sóbria (menos melodramática).

Juntem-se a isto brilhantes interpretações e uma banda-sonora excelente como do costume e, a par do Drive, o filme de 2011 que mais gostei, até agora.

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2012

E ao 12º dia do 12º ano do século, o homem voltou a escrever.

Não andei a dormir, mas a refletir imenso, e pela primeira vez vou dizer aqui o que pretendo fazer este ano, para me ser atirado à cara, se não cumprir.

O “refletir” sem o “c” do cão é intencional, vou fazer um esforço para adotar o acordo ortográfico. Porque ele está aí para ficar, porque não vale a pena ser casmurro, porque a grafia na qual ele se baseia contribui imenso para disseminar a bela língua portuguesa, e porque não quero parecer um dinossauro do Restelo perante os meus filhos, daqui a uns anos.

Semana que vem vou fazer o exame IELTS, que já estava planeado há bastante tempo. Mais ou menos porque sim, porque quero, mas também porque pode vir a ser muito útil tê-lo. Depois disso falarei sobre a preparação, sobre a estrutura e sobre o meu fracasso ou sucesso.

Até ao fim do ano pretendo fazer uma grande viagem, uma que cruze pelo menos um oceano. Porque navegar é preciso, viver não é preciso.

Pretendo escrever mais, e pretendo deixar de ser maricas e publicar mais. Porque é das coisas que mais me dá prazer.

E porque já estava farto do anterior tema gráfico do blog, e os seus autores já não davam suporte há algum tempo, mudei para este, mais clean, com maior enfâse no conteúdo, e abandonado recentemente por um blog defunto.

Um bom ano aos que me lêem, aos que não me lêem, e aos que nem ler sabem.

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