Teatradas

Azul Longe Nas Colinas

Quase que me escapava falar um bocado sobre esta peça que finalmente fui ver com a mulher amada no passado sábado. Não é particularmente relevante, visto já não estar em cena, mas sabem como eu gosto de mandar a minha laracha.

Portanto, isto foi uma encenação de Beatriz Batarda sobre um texto de Dennis Potter, no Teatro Nacional D. Maria II. A peça versa sobre um grupo de crianças, com a particularidade destas serem inteiramente representadas por adultos, só sendo denunciados pela linguagem utilizada e, claro, pelas situações em que se envolvem, completamente infantis apesar da crueldade que aqui e ali despontam.

Posso começar por dizer que o texto é muito bom e não acredito que tenha perdido muito na tradução; é de muito mérito assentar toda uma narrativa em linguagem infantil e mesmo assim manter um enredo interessante. Mais meritório ainda é, dadas as cenas, que os actores não caiam em overacting, e tal também não acontece, estão todos impecáveis, sem excepção, com realce para o Dinarte Branco (que é brilhante na sua simplicidade) e para o Albano Jerónimo (que eu não conhecia e que mete nojo e cospe e baba-se muito bem).

Posto isto, e apesar de tanto mérito e de passar bem a (perversa) mensagem, para mim faltou uma pitada qualquer que fizesse com que a peça cativasse, não sabendo bem o quê. Fica pra pensar.

 

Standard
Desportadas

Mini-Maratona

As minhas pernas não me deixam mentir: foi ontem que pela primeira vez corri na mini-maratona da ponte 25 de Abril. E espero que venha a ser uma experiência a repetir, pois adorei, tudo. Gosto muito de correr aqui no paredão da Costa, mas em meio àquele povo todo (e ao ver de vez em quando os brutos da meia-maratona passarem que nem flechas ao lado), com aquele caminho e um objectivo definido, dá outro feeling. By the way, fiz o percurso em 42 minutos, e o meu parceiro Francis Valentim em 38.

Este ano demorei a carburar, mas neste momento sinto-me no topo da minha forma física e mental. Espero vir a capitalizar isso em breve.

Aviso desde já que quem não gosta de lamechices pode parar no parágrafo anterior, mas não posso deixar de dizer que para esse momento muito contribui ter a meu lado uma grande mulher, a mulher que amo, e noto isso em cada pequeno detalhe. Assim que entrei na Avenida de Brasília, e já completamente à rasca e em esforço depois de andar a jardar na ponte, o que me motivou a continuar a correr não foi pensar que faltava pouco para a meta, foi pensar na Irina e tentar imaginá-la lá à frente.

Fica pra amar.

Standard
Sem categoria

Viatecla

É oficial, vou juntar-me à equipa da Viatecla.

Eu já sabia que ia mudar de rumo, mas não sabia especificamente qual seguiria, e sequer se continuaria em Portugal.

Para já, continuarei, e fá-lo-ei porque mais do que a oferta que me foi feita, agradam-me a postura e a mentalidade da empresa, porque sei que posso ser útil e ao mesmo tempo continuar aprendendo e, ouro sobre azul, porque neste momento a Viatecla encontra-se em expansão e essa expansão inclui a minha terra natal, o que me pode trazer boas perspectivas num futuro próximo.

Em relação à ITDS, não fiz tudo aquilo que gostaria de ter feito na empresa, mas saio plenamente satisfeito com o meu trabalho e acreditando plenamente ter deixado boas sementes, que o futuro ditará se serão semeadas.It’s official, I’m joining the Viatecla team.

I already knew I was going to change my route, just didn’t know to where.

The offer was good, I like the company attitude and, last but not least, they are expanding and that expansion contemplates my beloved Brazil, which may bring me good perspectives in the near future.

Regarding ITDS, although I have not fulfilled everything I wished and planned to, I’m leaving completely satisfied with my work, and believing I left very good seeds. Future will tell if they’ll be grown.

 

Standard
Cinemadas

True Grit

O segundo filme do fim-de-semana foi o excelente True Grit, com a enfadonha tradução portuguesa “Indomável”. Sendo grande fã de westerns e grande fã dos manos Cohen (e já agora de histórias de vingança), não havia muito por onde correr mal, e assim foi.

Na verdade, é muito menos um western que um filme dos Cohen e menos um filme dos Cohen que… um filme dos Cohen. Passo a explicar. Apesar de não seguir absolutamente a linha dos clássicos, não é propriamente uma reinvenção do género, é simplesmente uma história do género contada à moda dos Cohen, com tudo de bom que isso acarreta: crueza, imprevisibilidade e humor onde supostamente não existiria. Isto tudo sendo muito mais seguro e consensual que a maior parte dos seus filmes, e daí o sucesso comercial que vem tendo.

Difícil dizer muito mais, sendo que a cereja no topo do bolo e aquilo que confere o sal ao filme são as interpretações brutais do Jeff Bridges, como habitual, e da “imberbe” e transcendente Hailee Steinfeld que, tendo ou não futuro, tem aqui um início do caraças. Vão vê-los que vale a pena.

 

Second movie of the weekend was the excellent True Grit. Being both a western’s and a Cohen Brother’s fan (and a revenge story’s fan by the way), nothing could go wrong. And it didn’t.

Actually, it is less a western than a Cohen’s film, and less a Cohen’s film than… a Cohen’s film. I can explain. Although it doesn’t follow the classics, it isn’t sort of a reinvention of the genre either. It’s simply a story of the genre told with the Cohen’s style, with all the good ingredients it carries: rawness, unpredictability and humor where it wasn’t supposed to. All of this in a much secure and consensual fashion, hence its commercial success, I guess.

On top of the cake and giving the movie its true strength, the brutal performances of old Jeff Bridges, and the vernal Hailee Steinfeld; her future is unknown, but this is a hell of a start. Go watch them!

Standard
Cinemadas

The Fighter

Este fim-de-semana tínhamos bilhetes para ir ver a peça Azul Longe das Colinas, mas uma das actrizes aleijou-se, a coisa foi cancelada e deram-nos bilhetes para dia 19 de Março. Restou-nos fazer duas cinemadas em vez de uma.

A primeira foi esta, em cuja pré-produção de certeza que o Mark Wahlberg andou a emborcar batidos da carne que se esvaiu do carocho do Christian Bale. E que carocho do caraças, mas já lá vamos. Começo por dizer que gostei mais do filme do que à partida esperava. Sem demasiadas pretensões, tem tudo no sítio: bem escrito, bem realizado e bastante bem interpretado por todos, até pelos personagens mais insignificantes, como as chulas das irmãs que os lutadores levam a reboque, conseguindo tirar o melhor partido possível de um género de história relativamente batido.

É como se estivéssemos a assistir a dois documentários em paralelo, um a acompanhar a decadência de Dicky Ecklund, que em tempos derrotou Sugar Ray Leonard e era conhecido como “The Pride of Lowell” mas agora vive entregue ao crack, e o irmão mais novo, Micky Ward, que por mais que lute não consegue sair da cepa torta graças às trapalhadas da família. Às tantas a paciência chega ao limite, motivado por uma nova namorada que não papa grupos (Amy Addams também em grande plano) e pela perspectiva de ser um falhado por toda a vida.

Não sei até que ponto Bale deveria ser considerado actor principal do filme, porque é ele o fio condutor da história e quem efectivamente rouba a cena, com a entrega do costume. Deliciosas as cenas em que canta “I started a joke” dos Bee Gees (e mais tarde dos Faith no More), e principalmente “Here I Go again” dos whitesnake, com o mano.

Uma nota também para as cenas dos combates em si, brutalíssimas, utilizando os comentários, cameras e operadores originais dos combates antigos na HBO, recriando o verdadeiro ambiente do desporto.

Não é brilhante, mas entretém bastante. A rima não é intencional, mas fica aí.

This weekend we were supposed to go to the Theater, but one of the actresses of the play got injured and they got us tickets for 19th March. The alternative was catching two movies instead of one.

The first one was The Fighter, in which pre-production Mark Wahlberg surely has eaten huge meat chops of his junky colleague Christian Bale. And what a junky! I enjoyed this movie more than expected. Without being to pretentious, it took the most of a usual and sort of commonplace history; great direction, argument and portrayal from each actor, even the most insignificant ones, like the useless bunch of sisters the brothers share.

Its like watching two documentaries in parallel, the first one about the decadence of Dicky Ecklund, who defeated Sugar Ray Leonard in the past and was know as “The Pride of Lowell” but now is totally devoting to ruining his life with crack, and his little brother, Dicky Ward, who fights really hard but never goes nowhere, because of the constant fuck-ups the family makes. At some moment he reaches the boiling point, motivated by his new “take no shit” girlfriend (also a great job by Amy Addams) and the perspective of being a looser his whole life.

I guess Ecklund should be considered the lead character, since he leads the story and Bale definitely steals the show with his usual commitment. Delicious moments singing “I Started a Joke” from the Bee Gees (and later on from Faith no More) with his mommy and, especially, “Here I Go Again” from Whitesnake with his little brother.

Not brilliant, but very, very entertaining.

Standard
Sem categoria

Preguiça

Eu ia dar a este post o título de procrastinação, mas acho o nome demasiado pretensioso para aquilo que volta e meia me aflige.

Na verdade tenho andado tudo menos preguiçoso, mas vinha adiando a escrita no blog desde que saiu a última versão (3.1) do WordPress, e meti na cabeça que o motivo era não ter saído ainda a respectiva versão do plugin qTranslate, que utilizo desde o início do ano para manter o blog bilingue. Uma desculpa de merda, porque além de não escrever tanto conteúdo em inglês assim, ainda me era possível fazer uso da capacidade de separação entre línguas que o plugin oferece, metendo eu as respectivas tags à mão. De qualquer das formas, a tal versão compatível já saiu e obriguei-me a deixar de ser tangas, porque escrever é das coisas que mais me dá prazer, por mais inócuas que sejam as minhas palavras.

Tenho papado filmes antigos a uma velocidade bem maior do que a minha capacidade (e tempo livre) de escrita me permitem falar sobre eles, mas prometo a mim mesmo que falarei aqui em breve pelo menos sobre Macunaíma, o Pagador de Promessas, Ópera do Malandro e Dona Flor e Seus Dois Maridos. Sim, são todos clássicos brasileiros, estou numa de recordar os velhos tempos em que o extinto canal Brasil da antiga TVCabo fazia as minhas delícias (a par do GNT), me permitindo tomar contacto com Zé do Caixão, Glauber Rocha ou Anselmo Duarte. Hoje em dia não tenho paciência absolutamente nenhuma para a baixaria da Record.

Estou lendo o e-book Poke the Box,do guru do marketing Seth Godin, do qual nunca tinha lido nenhum livro mas de quem tinha bebido algumas dicas no blog e por referência, nomeadamente pelo pessoal do Rework; coisa inédita em minha vida, paguei por esse mesmo e-book, aproveitando a excelente iniciativa dele ter estado disponível por um mísero dólar até à segunda-feira passada. Este homem sabe cenas.

O livro falha sobre inconformismo, capacidade de ter iniciativa e de meter as mãos na massa. Calha bem o tema, numa altura em que enceto esforços para levar a cabo o meu primeiro projecto paralelo verdadeiramente pessoal, aquele que mencionei no último post e do qual espero mostrar os frutos assim que possível.

Tanto quanto posso, também estou fintando o frio e fazendo umas corridas nocturnas para me preparar para a minha primeira mini-maratona da ponte, no dia 20 de Março.

Last, but not least, estou deixando a ITDS, sendo a próxima semana a minha última na empresa, e aquela na qual irei revelar o que farei de seguida. Fica para pensarem!

I was going to call this post “Procrastination”, but that sounds too pretentious to describe this feeling that haunts me now and then.

Actually, I have not been lazy at all, but I was delaying writing here since the release of wordpress last version (3.1), and kept convincing myself that the reason was that the qTranslate plugin (the one I use to keep this blog bilingual) was not compatible with WP 3.1 yet. That was just plain bullshit, since I don’t write that much of English content regularly, and I could even keep using the plugin capabilities, manually adding the tags it requires to divide content. Anyway, the compatible version was just released and I decided to stop bullshitting, since writing is one of my greatest pleasures.

I have been watching old movies non-stop, with a rhythm that makes it impossible to write about them as I wish, but I promise I’ll soon say some words about Macunaíma, o Pagador de Promessas, Ópera do Malandro e Dona Flor e Seus Dois Maridos sonn. Yes, all of them are brazilian classics.

I’m reading marketing guru Seth Godin’s new e-book Poke the Box. I have never read any of his previous books, but regularly catch some tips at his blog and had some indirect references through the Rework folks; for the first time in my life, I actually paid for that e-book, taking advantage of the great opportunity of buying it for a buck, which was possible until last monday. This man know things.

The book talks about nonconformity, taking initiative and having the power of actually doing things. Great theme for the moment I’m living, as I’m struggling to realize my first complete personal project, the one I’ve mentioned in the last post, and from which I expect to see some juice in the near future.

I’m also doing some nightly runnings, trying to be fit for my first Lisbon half-marathon, next 20th March.

Last, but not least, I’m leaving ITDS, the next week being my last at the company, and the one where I’ll reveal what’s up for me next. Stay tuned!

Standard